Mas o governo começou a relaxar o confinamento imposto em março, e Lisa teme que seu quarto esteja reservado apenas até junho. O programa trouxe "esperança" de que as coisas pudessem mudar. "Quando você está na rua, tem a impressão de que isso nunca vai acabar."
"O tempo é curto"
O novo coronavírus já matou mais de 40.000 pessoas no Reino Unido, e as associações pedem ao governo orientações sobre como proceder com os desabrigados, especialmente vulneráveis à covid-19. "Devolver as pessoas às ruas não deve ser uma opção, mas o tempo está se esgotando para encontrar alternativas", diz Lucy Abraham, chefe da Glass Door.
Existem "histórias incríveis de pessoas que realmente aproveitaram essa oportunidade e mostraram que poderiam assumir um aluguel", disse à AFP, Balbir Chatrik, da associação para jovens sem-teto do Centrepoint. "Mas muitos outros precisam de suporte intensivo que só seria possível com estabilidade de moradia".
A crise econômica causada pela pandemia e o desemprego podem aumentar o número de pessoas sem-teto e a necessidade de planos de ajuda mais amplos, segundo as associações. Em uma carta ao governo, agradeceram as medidas, mas reconheceram que "mais terá que ser feito", considerando uma eventual segunda onda de infecções.
"Obrigação moral"
Após anos de austeridade e cortes nos fundos para os governos locais, responsáveis pela habitação, o Reino Unido enfrenta uma escassez de aluguéis com preços moderados. O número de pessoas sem endereço fixo aumentou 141% nos últimos dez anos, segundo as associações.
Saiba Mais
Na sexta-feira, o ministro estendeu o abrigo até agosto. Medida insuficiente, segundo associações, que indicam que prisioneiros libertados recentemente não conseguiram um quarto de hotel. Jasmine Basran, da associação Crisis, também teme que o acesso à ajuda seja novamente condicionado ao status de imigração dos sem-teto. "Há pessoas a quem é negada essa ajuda, apesar da pandemia", denuncia.