Quatro das nove regiões bolivianas, incluindo Santa Cruz de la Sierra, a mais afetada pelo coronavírus, confirmaram neste sábado (30/5) que estenderão as medidas de contenção, contrariando a decisão do governo de flexibilizar a quarentena desde segunda-feira para impulsionar a economia.
"Não colocarei em risco a vida de milhares de pessoas no momento mais crítico da epidemia; não autorizarei o levantamento da quarentena até que a curva de contágio diminua", escreveu o governador de Santa Cruz Rubén no Twitter Custos.
Força motriz para o desenvolvimento nacional, Santa Cruz registra quase 70% das pessoas infectadas em todo o país. Esse departamento oriental, com cerca de 2,7 milhões de habitantes, quase um quarto da população total do país, estenderá o confinamento até 14 de junho.
A Bolívia mantém uma quarentena obrigatória desde o final de março, com o fechamento de fronteiras e espaço aéreo.
A região andina de Potosí, a sudoeste do país e na fronteira com a Argentina, também estenderá seu confinamento durante os primeiros 15 dias de junho, segundo o prefeito Luis Alberto López. Esta região de mineração, com pouco menos de 1 milhão de habitantes, registra 48 infectados.
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Na fronteira com o Brasil, a região amazônica de Beni também anunciou que manterá seu isolamento. Sua capital, Trinidad, que tem quase um quarto dos 420.000 habitantes do departamento, será "encapsulada" a partir de segunda-feira e por uma semana.
Durante esse período, "brigadas móveis irão de casa em casa" para verificar os prováveis casos de covid-19 naquela cidade, disse o ministro da Presidência, Yerko Núñez, no sábado.
A maioria das regiões da Bolívia relaxará sua quarentena a partir de segunda-feira, embora essa medida, de acordo com vários setores, possa levar a um aumento de casos no país.
Até agora, a Bolívia, com 11 milhões de habitantes, registrou 8.731 infecções pelo novo coronavírus e 300 mortes relacionadas à pandemia.