Um aviso emitido pelo governo norte-americano informa que a medida começa a valer às 23h59 da terça-feira no horário da Costa Leste dos EUA, ou seja, 0h59 de quarta-feira, no horário de Brasília. Os passageiros que desembarcarão na noite de terça-feira ou madrugada de quarta-feira precisam ficar atentos.
O decreto determina que será barrada a entrada nos Estados Unidos de tentar entrar em solo americano. A decisão foi tomada dois dias depois de o Brasil ultrapassar a Rússia e se tornar o segundo país do mundo em número de casos da covid-19, atrás apenas dos EUA. A medida passará a valer na próxima sexta-feira.
"Hoje, o presidente tomou a ação decisiva para proteger nosso país, ao suspender a entrada de estrangeiros que estiveram no Brasil durante um período de 14 dias antes de buscar a admissão nos Estados Unidos", diz um comunicado da secretária de imprensa da Casa Branca, Kayleigh McEnany. "A ação de hoje garantirá que estrangeiros que estiveram no Brasil não se tornem uma fonte adicional de infecções em nosso país. Essas novas restrições não se aplicam aos voos comerciais entre os EUA e o Brasil", acrescenta a nota.
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Repercussão
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Filipe Martins, tentou minimizar a decisão de Trump. O presidente americano é tido como um aliado pelo presidente Jair Bolsonaro. “Ao proibir temporariamente a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, o governo americano está seguindo parâmetros quantitativos previamente estabelecidos que alcançam naturalmente um país tão populoso quanto o nosso. Não há nada específico contra o Brasil. Ignorem a histeria da imprensa”, tuitou Felipe Martins.
Para Juliano da Silva Cortinhas, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), o decreto de Trump “é uma consequência da irresponsabilidade do governo brasileiro frente à pandemia e de parte da população que desrespeitou as medidas de isolamento social decretadas nos estados”. “Vamos, a partir de agora, pagar o preço, tanto em vidas como em medidas restritivas à nossa movimentação pelo sistema internacional”, disse o docente.