Aumenta a pressão para que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, demita o seu principal conselheiro. Dominic Cummings é suspeito de ter violado as regras de confinamento ao fazer uma viagem para o nordeste da Inglaterra. Ele nega as acusações e tem recebido apoio de outros membros do governo britânico.
Cummings, 48 anos, e sua mulher deixaram a casa em que moram, em Londres, para ficar na casa dos pais do assessor-chave de Boris Johnson. Segundo o Daily Mirror, Commings apresentava sintomas da covid-19 quando fez a viagem para Durham, cidade que fica a 400 quilômetros da capital.
Ontem, com o acirramento da polêmica, Downing Street disse que Cummings agiu sob recomendações do governo. “O povo britânico não espera que exista uma lei para alguns e outra para Dominic Cummings”, rebateu um porta-voz do Partido Traba-lhista. Ed Davey, líder do partido liberal-democrata, considerou que Cummings “terá que renunciar” caso os fatos sejam confirmados. Uma pessoa próxima ao assessor, porém, afirma que “não há chance” de isso acontecer.
“Bem-estar”
Um porta-voz de Downing Street explicou que o assessor teria furado a quarentena porque precisava de ajuda para cuidar de seu filho, e que ele se instalou em um apartamento separado da propriedade dos pais, que têm 70 anos.
A polícia de Durham confirmou que foi informada em 31 de março de que alguém havia chegado de Londres e que orientou a pessoa sobre as regras de isolamento. Mas Downing Street contradisse diretamente essas alegações, explicando que “em nenhum momento, a polícia falou com Cummings ou sua família sobre o assunto”.
Durante uma coletiva, ontem, Grant Shapps, ministro dos Transportes, defendeu Cummings, ressaltando que o importante era o “bem-estar” da família do conselheiro do primeiro-ministro, e que ele permaneceu em Durhan “não andando de um lado para o outro”. Na época da viagem, a recomendação do governo era de que a população saísse apenas para necessidades básicas, e que as pessoas com sintomas tinham que ficar em casa.