Os principais países afetados pela pandemia dão continuidade às medidas de relaxamento do isolamento social sob o desafio de evitar que os casos de infectados e mortos voltem a crescer. No sábado (23/5), um decreto do governo francês autorizou a realização de cerimônias religiosas. Na Espanha, autoridades anunciaram a liberação da entrada de estrangeiros a partir de julho. Em várias regiões da Itália, as pessoas puderam voltar a frequentar praias. Essas e outras medidas têm como justificativa quedas nos registros ligados à pandemia. Em Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo, o número de mortes sofreu redução considerável.
Segundo Andrew Cuomo, governador do estado americano, o número de mortes por covid-19 caiu para 84 nas últimas 24 horas — valor mais baixo desde 24 de março. “São boas notícias”, comemorou. Tanto o número de hospitalizações quanto o de infecções e o de pessoas atendidas nas unidades de tratamento intensivo (UTIs) continuam a diminuir, afirmou o governador. “Eu sempre disse a mim mesmo que tinha que ficar abaixo de 100. Isso mostra que estamos progredindo.”
Na primeira quinzena de abril, no pico da pandemia em Nova York, foram registradas mais de mil mortes por dia. O estado é um dos maiores afetados pela pandemia, com 29 mil dos 96 mil óbitos nos Estados Unidos. Na noite de sexta-feira, Cuomo autorizou reuniões de até 10 pessoas, mas solicitou a ajuda da população para evitar uma segunda onda de infecções. “Peço aos nova-iorquinos que continuem tomando precauções e fazendo sua parte usando máscara em público, lavando as mãos com frequência e evitando grandes reuniões”, escreveu, no Twitter. As praias da metrópole seguem fechadas, diferentemente de outros estados costeiros, em que cartazes alertam sobre a importância de os frequentadores manterem distância uns dos outros.
Na França, as cerimônias religiosas foram autorizadas, mas é obrigatório o uso de desinfetante para as mãos e de máscara, além do controle da entrada de fiéis. Quem organiza as cerimônias terá que garantir que as pessoas obedeçam às regras. Os dados oficiais mostram que a média de aumento de caso está em 0,2%, menos que a dos últimos sete dias (0,3%).
Turismo
Na Espanha, moradores de outros países poderão voltar a visitar o país a partir de julho, anunciou o presidente espanhol Pedro Sánchez, encerrando a proibição aplicada desde meados de março. “A partir de julho, a entrada do turismo estrangeiro na Espanha em condições seguras será retomada”, frisou. Sánchez também anunciou que a liga espanhola de futebol recomeçará na semana de 8 de junho, depois de quase três meses de interrupção. “A Espanha fez o que deveria e, agora, novos horizontes estão se abrindo para todos. Chegou a hora de recuperar muitas das atividades diárias (…) O mais difícil passou, (…) a grande onda da pandemia foi superada”, ressaltou.
O país contabiliza mais de 28 mil mortes e quase 235 mil casos. O governo decretou um confinamento rigoroso por mais de dois meses, que começou a ser flexibilizado há duas sema-nas. Segundo o presidente, serão tomadas medidas para assegurar a segurança dos espanhóis e dos turistas. “Garantiremos que os turistas não correrão nenhum risco nem trarão riscos ao nosso país. Os turistas estrangeiros, portanto, já podem planejar suas férias em nosso país, estamos a um passo da vitória, mas devemos lembrar que o vírus não desapareceu, e que o que temos que fazer é mantê-lo afastado. É essencial, eu diria vital, não relaxar.”
Na Itália, depois de dois meses de confinamento, os romanos puderam voltar às praias para praticar esportes, caminhar e nadar. Mas deitar na areia ou usar uma espreguiçadeira, por exemplo, são atividades quem seguem proibidas. O país registra mais de 32 mil mortes em três meses e começa a acelerar o desconfinamento com a reabertura de lojas, bares e restaurantes. As medidas variam entre as regiões, mas todas seguem a mesma regra, o mínimo de distância social para evitar multidões e impedir a transmissão do vírus.
A partir da próxima sexta-feira, está prevista a liberação para tomar sol nas praias de Roma. Será preciso, porém, manter à distância de 3 metros entre os guarda-sóis e de 1,5 metro entre espreguiçadeiras ou toalhas. As praias já estão completamente abertas em Ligúria, na região noroeste, e em Veneto, no nordeste.
Com quase 100 mil mortos, Trump joga golfe
Ansioso por promover a ideia de que os Estados Unidos estão voltando à normalidade, o presidente norte-americano, Donald Trump, jogou ontem uma partida de golfe em seu clube no subúrbio de Washington: o Trump National Golf Club. Vestido de boné branco e camisa polo branca, Trump chegou ao local seguido por uma comitiva. Foi a primeira vez dele em um campo de golfe desde 8 de março, quando esteve em West Palm Beach, na Flórida. Naquele fim de semana, Trump também se encontrou com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Dias depois, o secretário de imprensa do brasileiro foi testado positivo para o coronavírus. Funcionários da Casa Branca que tiveram contato com Fábio Wajngarten entraram em quarentena, e nenhum deles foi diagnosticado com o vírus. O país, porém, parece não estar perto de ter a pandemia sob controle. A expectativa é de que o número de morto ultrapasse 100 mil nos próximos dias.
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