Mais de cem mafiosos, incluindo o chefe da temida Ndrangheta de Calabria, condenado por tráfico de cocaína com a Colômbia, obteve mais de meio milhão de euros do estado italiano graças ao subsídio social para as classes mais pobres.
A denúncia foi feita nesta quarta-feira pela polícia italiana, que afirmou em comunicado que os mafiosos devem reembolsar o valor do subsídio, ao qual não têm direito de acesso.
No total, 101 mafiosos, incluindo Alessandro Pannunzi, chamado "filho do italiano Pablo Escobar, Roberto Pannunzi", estão entre os beneficiários do subsídio.
As autoridades italianas investigaram mais de 500 pessoas suspeitas de terem solicitado o subsídio, conhecido como "salário da cidadania", de 780 euros.
O subsídio, entre as medidas mais emblemáticas do governo liderado pelo Movimento 5 Estrelas (antissistema), é destinado a quase cinco milhões de italianos que vivem abaixo da linha de pobreza. Essa medida tenta promover a integração dos estratos mais pobres e impulsionar o crescimento econômico.
A libertação por razões de saúde de centenas de mafiosos, incluindo vários chefes e temidos assassinos, durante os dois meses de confinamento, gerou polêmica contra o Ministro da Justiça, que teve que reverter sua decisão.