Com mais 749 mortes em 24 horas, o Brasil chegou ontem a 13.149 vÃtimas pela covid-19, segundo o Ministério da Saúde. Mas o PaÃs pode ter cerca de 90 mil mortes em decorrência do coronavÃrus até agosto, conforme o principal modelo estatÃstico que tem embasado as polÃticas de saúde da Casa Branca, nos EUA.
Pela primeira vez, o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), um centro de pesquisa dentro da faculdade de Medicina da Universidade de Washington, fez projeções sobre paÃses da América Latina e chamou a atenção para a situação do Brasil. A previsão inicial do IHME é que o PaÃs tenha média de 88.305 mil mortes até 4 de agosto, dentro de intervalo que estima mÃnimo de 30,3 mil mortes e máximo de 193,7 mil.
As previsões são atualizadas conforme se divulgam novos dados, como número de infectados e internados, e também podem ser alteradas por mudanças nas polÃticas públicas adotadas em cada paÃs. No mesmo perÃodo, México e Equador devem ter cerca de 6 mil mortos e o Peru, 5 mil, pelo modelo.
Os momentos mais sombrios ainda estão para chegar e o Brasil continua rumo a um pico das infecções. O modelo aponta que o PaÃs deve registrar mais de 1 mil mortes por dia entre 17 de junho e 9 de julho, com o pior momento no dia 24 de junho, com 1.024 óbitos.
A partir daÃ, se confirmadas as projeções, o Brasil ficaria com essa média de mortes diárias até o inÃcio de julho, quando a curva começaria a baixar. Ainda assim, o patamar de mortes por dia se manteria elevado, com mais de 750 fatalidades a cada 24 horas ainda em agosto.
Nos EUA, a Casa Branca usou o IHME quando o presidente Donald Trump estimou no fim de março que entre 100 mil e 240 mil americanos poderiam morrer em decorrência da covid-19 na primeira onda de contágio, mesmo com a adoção das medidas de distanciamento social. Sem elas, disse Trump na época, o vÃrus poderia matar até 2 milhões de americanos. O paÃs registra 83,6 mil óbitos.
Ao verificar a capacidade hospitalar, o IHME traça um cenário também desolador para o Brasil. Os especialistas avaliam que desde o dia 3 de maio o PaÃs opera com menos unidades de tratamento intensiva (UTIs) do que o necessário para atender todos que precisam e a situação tende a piorar. Em 28 de junho, o PaÃs terá 11.178 pacientes que necessitarão de leitos de UTI, mas apenas 4.060 à disposição, segundo o estudo. Só em agosto o número de leitos ofertados para tratamento intensivo ficará próximo à demanda.
Nos EUA, crÃticos ao modelo do IHME apontam que as projeções preveem um fim do pico de infecções mais rápido do que o que tem sido registrado, o que leva a número de mortes subestimado pelos pesquisadores de Washington. A previsão já foi atualizada algumas vezes, sendo a projeção atual de 147 mil mortes para a primeira onda de contágio dos americanos. (Colaborou Julia Lindner)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.