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Seis presos no fim de semana

Chega a 37 o total de detidos por envolvimento na tentativa de invasão ao país, denunciada pelo Palácio de Miraflores. Entre eles, estão dois norte-americanos. Nicolás Maduro afirma que os Estados Unidos estão por trás de um plano para tirá-lo do poder

O governo de Nicolás Maduro intensificou a caçada aos envolvidos na  tentativa de invasão marítima ao norte da Venezuela. Em dois dias, seis pessoas foram presas. Com isso, chegou a 37 o número de detidos. Entre eles, estão dois norte-americanos, acusados formalmente por terrorismo.

Em pronunciamento na televisão, na noite de sábado, o presidente socialista anunciou a prisão de três venezuelanos. “Capturamos mais três mercenários. Estamos procurando e vamos capturar todos”, ressaltou o líder socialista.

Menos de 12 horas depois, o almirante Remigio Ceballos, chefe do comando estratégico operacional militar das Forças Armadas, informou, em uma rede social, a localização de mais três supostos envolvidos. Eles foram descobertos por policiais das Forças de Ações Especiais (Faes) em Colônia Tovar, uma pequena comunidade de descendentes alemães localizada a uma hora de Caracas.

Mortes
Segundo o Palácio de Miraflores, a invasão frustrada ocorreu nos últimos dias 3 e 4, nas cidades costeiras de Macuto e Chuao, no norte do país. Desde então, o serviço de inteligência identificou e capturou 37 envolvidos. Oito suspeitos teriam morrido em confrontos com a polícia.

Os militares americanos aposentados Luke Alexander Denman, 34, e Airan Berry, 41, foram acusados, entre outros crimes, por terrorismo, punível com até 30 anos de prisão.

Outros 29 venezuelanos detidos foram indiciados também por extremismo, além de traição à pátria e conspiração com um governo estrangeiro, segundo informou o procurador-geral Tarek William Saab. Maduro não tem dúvida de que a conspiração partiu dos Estados Unidos e da Colômbia.

O plano, de acordo com Caracas, buscava a “captura, prisão e remoção” do líder socialista e a “instalação no poder” do opositor Juan Guaidó, reconhecido como o presidente da Venezuela por 50 países, liderados por Washington.

No pronunciamento de sábado à noite, Maduro, que aponta o presidente americano, Donald Trump, como “líder direto da operação”, repetiu as acusações contra Guaidó, a quem chamou de foragido da Justiça. O Ministério Público, entretanto, não formulou qualquer acusação formal contra ele.

A Casa Branca nega envolvimento na suposta tentativa de invasão. Trump chegou a dizer que, se Washington tivesse participado de uma conspiração para derrubar Maduro, o desfecho seria outro. “Se eu quisesse ir para a Venezuela, não faria isso em segredo”, disse Trump, em entrevista à Fox News. “Não enviaria um pequeno grupo. Não, não, não. Seria um exército (...) e isso seria chamado de invasão”, acrescentou.

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, afirmou que o governo fará todo o possível para repatriar os dois americanos presos.




"Capturamos mais três mercenários. Estamos procurando e vamos encontrar todos”

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela