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Justiça britânica adia análise de extradição de fundador do WikiLeaks

A Justiça dos EUA pede extradição de Assange para ser julgado por espionagem, devido à publicação de quase 700 mil documentos sobre atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos

A Justiça britânica decidiu nesta segunda-feira (27/4) adiar a análise do pedido de extradição apresentado pelos Estados Unidos contra o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange - detido na região de Londres -, e que pode acontecer apenas em novembro.

Após uma primeira semana de audiências judiciais em fevereiro, os tribunais britânicos suspenderam o julgamento sobre a extradição até 18 de maio.

Em uma audiência de procedimento celebrada nesta segunda-feira em Londres, a juíza Vanessa Baraitser aceitou, porém, o pedido de mais tempo apresentado pela defesa do australiano.

A nova data será anunciada em 4 de maio, mas a juíza advertiu que o processo pode não acontecer até novembro, pela pouca disponibilidade para três semanas consecutivas, tempo previsto para o julgamento.

A Justiça americana deseja julgar Assange por espionagem, devido à publicação a partir de 2010 de quase 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, especialmente no Iraque e no Afeganistão.

O australiano, que não compareceu à audiência desta segunda-feira, permanece detido na penitenciária de segurança máxima de Belmarsh, perto de Londres.

"Com a epidemia de coronavírus, não é possível preparar este caso", afirmou o advogado Edward Fitzgerald, antes de destacar que não tem acesso direto a seu cliente há mais de um mês.

O governo dos Estados Unidos acusa o fundador do WikiLeaks de ter colocado em perigo as fontes de seus serviços secretos. Os advogados de Assange denunciam um processo político baseado em "mentiras".

Assange foi detido em abril de 2019, depois de passar sete anos na embaixada do Equador em Londres. Violando as condições de sua liberdade condicional no Reino Unido, ele se refugiou na missão diplomática por temer uma extradição para a Suécia e, deste país, para os Estados Unidos.