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Em busca de Kim Jong-un

Semana começa com especulações ainda maiores sobre o estado de saúde do líder norte-coreano, cujo último registro de participação em eventos oficiais foi feito há 15 dias. Seul garante que ele está %u201Cvivo e bem%u201D em uma região turística da península


Norte-coreanos e a comunidade internacional começam a semana interessados em saber onde e como está Kim Jong-un. As desconfianças quanto ao estado de saúde do líder norte-coreano aumentaram nos últimos dias, principalmente em decorrência da falta de registros da participação dele em mais um importante evento oficial e do envio inesperado de médicos chineses à península. Ontem, foram divulgadas imagens de satélite de um trem, provavelmente pertencente a Kim, em um balneário no leste da Coreia. Segundo Seul, o norte-coreano está “vivo e bem” e “na área de Wonsan”, uma região turística do país.

No sábado, o país celebrou os 88 anos do Exército, e não há imagens oficiais da presença de Kim, como aconteceu no último dia 15, quando foi comemorado o aniversário de nascimento do fundador do regime, Kim Il Sung, avô dele. A última aparição em público do líder norte-coreano ocorreu em 12 de abril, quando ele visitou uma base aérea, de acordo com fotos divulgadas.  Um dia antes, ele teria presidido uma reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia e, na ocasião, sua irmã Kim Yo-jon teria sido confirmada como membro suplemente.

Segundo o site Daily NK, um veículo digital de norte-coreanos que fugiram do país, Kim teria sido operado em 13 de abril por problemas cardiovasculares e estaria correndo risco de vida em decorrência de complicações da cirurgia. Citando uma fonte norte-coreana não identificada, o site informou que “fumo em excesso, obesidade e sedentarismo levaram ao tratamento cardiovascular urgente.”

“Posição firme”

Seul vem negando a informação há uma semana. Ontem, em entrevista ao Fox News, o porta-voz do presidente da Coreia do Sul disse que o norte-coreano está “vivo e bem”.  “Nossa posição no governo é firme (…) Kim Jong-un está vivo e bem. Ele está na área de Wonsan desde 13 de abril. Até agora, nenhum movimento suspeito foi detectado”, afirmou Chung-in Moon.

A declaração foi dada um dia depois de o site de notícias americano TMZ ter publicado que o norte-coreano poderia estar morto. No fim da noite também de sábado, o site americano 38North, especializado em assuntos coreanos, divulgou imagens de satélite de um trem em uma estação reservada para a família Kim. O registro é dos dias 21 e 23 de abril e, segundo o site, não “prova nada em relação ao local onde o líder norte-coreano está, nem indica nada sobre seu estado de saúde”. “Mas confirma as informações de que Kim estaria em uma área reservada para a elite na costa leste do país”, acrescentou o texto.

"Nossa posição no governo é firme (…) Kim Jong-un está vivo e bem. Ele está na área de Wonsan desde 13 de abril. Até agora, nenhum movimento suspeito foi detectado”
Chung-in Moon,porta-voz do presidente da Coreia do Sul 



Riad limita  pena capital

A Arábia Saudita eliminou a pena de morte para crimes cometidos por menores, informou, em comunicado, o presidente da Comissão  de Direitos Humanos, Awad al Awad. A decisão de Riad foi anunciada um dia depois de o chefe da agência governamental ter confirmado a retirada do açoitamento do sistema  penal.

Segundo Awad al Awad, a pena de morte será substituída por  até 10 anos de permanência em um centro de detenção para menores. “É um dia importante para a Arábia Saudita (…) Esse decreto nos ajuda a estabelecer um código penal mais moderno”, declarou.

Homicídio, estupro, assalto à mão armada, tráfico de drogas, bruxaria, adultério e homossexualidade estão entre os crimes que podem ser punidos com a pena capital no reino, regido por uma versão rigorosa do Islã. Segundo a Anistia Internacional, as autoridades sauditas condenaram 184 pessoas à morte no ano passado.

Desde que o rei Salman nomeou seu filho Mohamed bin Salman como herdeiro do trono, em junho de 2017, organizações de direitos humanos têm denunciado excessos contra vozes discordantes. O rei lançou ambiciosas reformas no campo econômico e social, mas o brutal assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018, e a crescente repressão dos dissidentes políticos  têm ofuscado essas medidas, segundo especialistas.