Mundo

Aumento de doenças tropicais

Correio Braziliense
postado em 26/04/2020 04:11
Aumento da temperatura pode favorecer mosquito transmissor da dengue

A maior proximidade entre humanos e animais selvagens e a intensificação das mudanças climáticas favorecem o surgimento de enfermidades tropicais, segundo Rafael Rodrigues da Franca, coordenador do Laboratório de Climatologia e Geografia da Universidade de Brasília (UnB). “Como a dengue e a malária, cujos casos sobem cada vez mais diante do aumento da temperatura do planeta e das alterações geradas no meio ambiente por causa disso. O mesmo poderá ocorrer com os coronavírus”, alerta.

A atual pandemia, segundo o especialista brasileiro, ilustra o quanto as formas de lidar com esses fenômenos são complexas. “As  pessoas têm comemorado as imagens de rios despoluídos, céu limpo, tudo gerado pela quarentena mundial, mas, infelizmente, o efeito dessas mudanças ainda é muito pouco, e não vai fazer muita diferença, não diminuirá a temperatura global. São necessárias medida mais amplas e severas. Assim como os governantes estão se reunindo em torno de medidas para combater a pandemia atual, isso precisa ser feito para as mudanças climáticas”, defende.

Na última quarta-feira, a Organização  das Nações Unidas pediu aos países-membros que adotem postura nesse sentido. A ONU lembrou que as ondas de calor que assolam o planeta desde 2015 são um perigo meteorológico ainda mais letal. “Precisamos frear a mudança climática tanto quanto a pandemia”, advertiu o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas. “De fato, a Covid-19 provocou uma grave crise sanitária e econômica em nível mundial, mas, se não lutarmos contra a mudança climática, o bem-estar humano, os ecossistemas e as economias podem se ver ameaçados durante séculos”, complementou.

A ONU está ainda mais preocupada  porque “as crises econômicas precedentes foram, com frequência, seguidas de recuperações acompanhadas de um crescimento das emissões de carbono muito maior”, destacaram as autoridades, em comunicado. “Devemos ter a mesma determinação e unidade na nossa luta contra a mudança climática que nessa (luta) contra a Covid-19”, frisou Taalas. (VS)

Ar mais limpo
Imagens de satélite da agência espacial americana, a Nasa, mostraram redução de dióxido de nitrogênio, produzido por carros e indústrias, na cidade de Wuhan, na China, em fevereiro. Acredita-se que o fenômeno tenha sido provocado pelo isolamento da população em decorrência da pandemia da Covid-19. O mesmo ocorreu na Itália, mostrou a Agência Europeia do Meio Ambiente, que acredita que as cidades espanholas Madri e Barcelona passaram pela mesma experiência. Na Índia, um dos países que mais sofrem com poluição, a quieta foi expressa. Após três semanas de quarentena, no fim de março, os níveis de partículas poluentes no ar (PM 2.5) caíram de 91 microgramas por metro cúbico para 26 microgramas na capital  Nova Délhi.


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