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Parlamento britânico retoma as atividades

 
Com o primeiro-ministro Boris Johnson ainda convalescente, após ser infectado pelo novo coronavírus, parlamentares britânicos voltaram, ontem, ao trabalho após o recesso da Páscoa. Em razão da pandemia, que gera críticas crescentes à atuação do premiê, boa parte das atividades será feita por videoconferência.
 
As medidas de distanciamento estabelecem que apenas 50 dos 650 deputados podem estar presentes às sessões, separados por linhas marcadas com fita adesiva. Os demais devem participar de suas casas, virtualmente, pela primeira vez em sete séculos de existência.
 
“Esses são tempos difíceis, representam um desafio e as mudanças necessárias estão ocorrendo a uma taxa que não seria ideal em tempos normais”, disse o ministro das Relações com o Parlamento, Jacob Rees-Mogg, na abertura da sessão da Câmara dos Comuns.
 
Os parlamentares que compareceram fisicamente no Palácio de Westminster tiveram que aprovar formalmente a mudança para o sistema “híbrido” para que os outros pudessem se juntar a eles, hoje, por vídeo. Apenas 120 poderão participar da videoconferência ao mesmo tempo.
Por enquanto, não foi estabelecido um método para permitir o voto on-line.
 
“Espero apresentar mais moções em breve, para que possamos estender nossa maneira virtual de trabalhar por um período mais longo e para questões mais relevantes, incluindo legislação”, disse Rees-Mogg.
 
A mudança foi radical desde a última sessão parlamentar, em 25 de março. Johnson ficou doente e teve que ser hospitalizado em terapia intensiva. Ele recebeu alta na semana passada, mas ainda se recupera na residência de campo de Chequers e é substituído por seu ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab. “(O premiê) não está formalmente trabalhando no governo”, disse seu porta-voz.
 
No entanto, Johnson recebe relatórios sobre o gerenciamento da crise e falou, por telefone, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Eles concordaram com a importância de uma resposta internacional coordenada ao coronavírus, inclusive através do G7 que os Estados Unidos atualmente presidem”, informou Londres. Além disso, durante a semana, ele deve ter uma audiência, por telefone, com a rainha — a primeira em três semanas.
 
Não se sabe o momento em que Johnson voltará ao trabalho, mas seu governo é alvo de críticas crescentes da imprensa, que, agora, são engrossadas por deputados. Os parlamentares repreendem o primeiro-ministro pelo “tempo perdido” para decidir a estratégia de enfrentamento à epidemia.