O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, prometeu neste domingo (19/4) combater o "negacionismo" do Holocausto, enquanto o país recorda discretamente, em consequência da pandemia de Covid-19, os 75 anos de libertação de três ex-campos de concentração nazistas.
As cerimônias previstas foram canceladas ou reduzidas de maneira drástica nos ex-campos de Sachsenhausen, Ravensbrueck e Bergen-Belsen.
"Mais de 20.000 pessoas foram exterminadas no campo de concentração de Sachsenhausen. Se respeitássemos um minuto de silêncio por cada uma delas, este duraria duas semanas", declarou Maas em um vídeo.
"Mas a luta contra o esquecimento pode não ser silenciosa", destacou.
A Alemanha assumiu no mês passado a presidência da Aliança Internacional para a Recordação do Holocausto e Maas afirmou que concentraria as atividades no comando do organismo na "luta contra aqueles que negam ou distorcem a história do Holocausto".
"Quando a lembrança é difamada como um "culto da culpa" e as vítimas são chamadas de responsáveis, seja na Alemanha ou no exterior, nós, alemães, não podemos permanecer em silêncio", advertiu.
O memorial de Sachsenhausen deveria receber diversos eventos entre sexta-feira e terça-feira, mas a programação foi suspensa, e as cerimônias aconteceram por meio de vídeos divulgados na internet, como o que inclui as declarações de Maas.
Na quinta-feira aconteceram breves cerimônias em Sachsenhausen e em Ravensbrueck.
Em Bergen-Belsen, no land (estado regional) da Baixa Saxônia, os funcionários do memorial depositaram flores diante do "Muro das Inscrições", enquanto alemães de todo o país respeitaram um minuto de silêncio para recordar o aniversário da libertação, na quarta-feira passada.
Mais de 50.000 pessoas morreram no campo de Bergen-Belsen, entre elas a adolescente Anne Frank, autora do famoso diário cujos relatos sobre o Holocausto constituem um símbolo do sofrimento infligido pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
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"Para nós, na Baixa Saxônia, Bergen-Belsen é o local que representa a crueldade e a impiedade da parte mais sombria de nossa história", afirmou o primeiro-ministro regional, Stephan Weil.