Correio Braziliense
postado em 19/04/2020 11:20
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, se "recupera" do novo coronavírus, afirmou um integrante de seu governo, e transmite ao Executivo suas instruções, ao mesmo tempo que aumentam as críticas na imprensa à lentidão de sua resposta à pandemia.
O chefe de Governo, que recebeu alta no domingo passado do hospital, "se recupera bem, está de bom humor", declarou o ministro do gabinete, Michael Gove, ao canal de televisão Sky News.
O líder do Partido Conservador, de 55 anos, conversou com Dominic Raab, o ministro das Relações Exteriores que o substitui durante o período de recuperação à frente do governo e que transmitiu "as instruções do primeiro-ministro ao restante do gabinete durante uma ligação no sábado", revelou Gove.
O Reino Unido é um dos países da Europa mais afetados pela Covid-19. O governo britânico anunciou neste domingo 596 mortes nas últimas 24 horas, o que aumenta para 16.060 o número de vítimas fatais pela pandemia em seu território.
Além disso, mais de 120.000 pessoas foram declaradas oficialmente infectadas pelo vírus, anunciou o ministério da Saúde britânico.
Mas os balanços diários incluem apenas os óbitos de pacientes em hospitais que apresentaram resultado positivo, e não contabilizam as pessoas que perderam a vida em casas de repouso para idosos ou em suas residências.
As organizações que representam as casas de repouso calculam que entre 4.000 e 7.500 pessoas morreram nestes centros.
O governo britânico decidiu na quinta-feira prolongar por pelo menos outras três semanas o confinamento decretado em 23 de março.
"O número de mortos é muito preocupante", disse Michael Gove. "A taxa de infecções e a taxa de mortalidade diminuem, mas não estamos em absoluto seguros de estar em uma trajetória descendente", completou, ao citar a condição que o governo deseja ver estabelecida antes de flexibilizar as medidas de confinamento.
Saiba Mais
Em um artigo no jornal Mail on Sunday, o líder do Partido Trabalhista, o principal da oposição, Keir Starmer, afirma que o governo demorou muito para decretar o confinamento, aumentar o número de testes de diagnóstico e fornecer material de proteção aos profissionais da saúde.
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