A autoridade dos transportes de Londres anunciou, nesta sexta-feira (17), novas medidas para proteger os motoristas dos famosos ônibus vermelhos da capital britânica, que observaram um minuto de silêncio para homenagear seus 20 colegas mortos pelo novo coronavírus.
A partir de segunda-feira (20/4), os passageiros não poderão mais embarcar nesses ônibus pela porta da frente, uma medida "muito bem-vinda", segundo Pete Kavanagh, do sindicato Unite em Londres.
"Perdemos membros da família dos trabalhadores de ônibus nos últimos dias, nos recusamos a perder mais", acrescentou.
O prefeito da cidade, Sadiq Khan, cujo pai era motorista de ônibus, prestou homenagem às vítimas.
"Fico com o coração partido com o fato de que 20 motoristas de ônibus de Londres perderem a vida por causa da #COVID19. Poderia muito bem ter sido meu pai e seus amigos", disse ele no Twitter.
"Nossos trabalhadores dos transportes são heróis e devemos fazer tudo o que pudermos para protegê-los", acrescentou.
O prefeito juntou-se ao minuto de silêncio convocado pelo Unite, que exige mais equipamentos de proteção para os 20 mil motoristas de ônibus e outros trabalhadores do setor de transportes.
O prefeito de Londres também pede ao governo federal que recomende o uso obrigatório de máscara pelos passageiros nos transportes públicos. Essa ideia havia despertado ceticismo do governo, que, no entanto, alega agora estudá-la.
No Reino Unido, onde mais de 14 mil mortes foram registradas em hospitais, a capital é a área mais afetada.
Desde a implementação do confinamento em 23 de março no país, o tráfego de ônibus caiu cerca de 85%. O transporte público funciona para permitir que funcionários de setores essenciais, como saúde e alimentação, continuem trabalhando.
Quatro trabalhadores do metrô e dos trens de Londres também perderam a vida devido ao vírus.
A London Transport Authority (TfL) introduziu novas medidas de higiene para ônibus, estações e depósitos.
Nos ônibus, os assentos mais próximos dos motoristas não podem ser ocupados e o assento da direção é protegido por um material em acrílico.
De acordo com o sindicato RMT, uma empresa de ônibus do sudoeste da Inglaterra atendeu às exigências ao fornecer "o que pode ser descrito como uma cortina de chuveiro" para proteger o motorista.
Mas os condutores reclamaram que "a cortina é tão frouxa que os passageiros são capazes de afastá-la para falar com o motorista".
O Reino Unido contabilizou nesta sexta-feira 847 mortes adicionais em hospitais de pacientes afetados pelo coronavírus, balanço semelhante ao do dia anterior (861), elevando para 14.576 o número total de vítimas da CovidD-19 no país.
O número de pessoas infectadas chegou a 108.692, um aumento de 5.599 em relação à quinta-feira, segundo o Ministério da Saúde.