Apesar dos prognósticos otimistas, terminou sem acordo, na noite de ontem, a prorrogação do prazo dado pelo presidente de Israel, Reuven Rivlin, para a formação de um governo de emergência no país, que enfrenta o aumento de casos de infecção pelo novo coronavírus. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e Benny Gantz, presidente do Parlamento, ensaiaram um entendimento, mas não conseguiram superar as diferenças. Com isso, permanece o impasse político.
O mais provável, agora, é que o presidente Rivlin peça ao Parlamento israelense, o Knesset, para nomear, num período excepcional de três semanas, um candidato a primeiro-ministro capaz de formar um gabinete. Isso poderá levar a uma convocação para novas eleições — em um ano, os israelenses foram às urnas três vezes.
O mandato inicial dado por Rivlin a Benny Gantz para formar um governo de união expirou na noite de segunda-feira. As duas partes estavam em negociações avançadas e pediram uma prorrogação. O presidente, então, concedeu mais 48 horas.
O aparente caminho de convergência, porém, era encarado com desconfiança por políticos da coalizão Azul e Branco, de Gantz, e do Likud, do atual primeiro-ministro. Netanyahu responde a acusações de corrupção — o julgamento estava marcado para 17 de março e foi adiado para o próximo mês. E oposicionistas estavam reticentes em respaldar o premiê com uma imunidade, se estivesse à frente do governo.
A imprensa, por sua vez, especulava até que ponto Bibi estaria interessado em compartilhar o poder com Gantz e sua equipe ou gostaria de forçar a realização de novas eleições, desta vez com chances reais de vitória absoluta. Isso, embasado nas mais recentes pesquisas de opinião, que dão a ele uma aprovação em alta. Os israelenses estão satisfeitos com sua gestão da pandemia.
Segundo balanço divulgado ontem, o novo coronavírus infectou mais de 12 mil pessoas no país, provocando 130 mortes.