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Pedidos por seguro-desemprego voltam a aumentar acentuadamente nos EUA

Agora, os economistas alertam que o número de desempregados chegará a dois dígitos em abril

Washington, Estados Unidos - A paralisação da economia devido à pandemia de coronavírus fez com que 6,6 milhões de pessoas adicionais solicitassem seguro-desemprego nos Estados Unidos na semana passada, e os números permanecem em níveis historicamente altos pela terceira semana consecutiva, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Departamento do Trabalho.

O número de pedidos para a semana encerrada em 4 de abril representa uma ligeira queda em relação à semana anterior, quando foram registradas 6,9 milhões de solicitações - um valor que foi revisado para cima -, um nível nunca visto antes nos Estados Unidos. Com esses últimos dados semanais, o número total de novos pedidos de trabalhadores que perderam o emprego chega a quase 17 milhões de pessoas, o que representa um indicativo dos danos que a pandemia de coronavírus está causando na economia dos Estados Unidos.

Os números desta quinta-feira foram piores que as previsões dos analistas. Agora, os economistas alertam que o número de desempregados chegará a dois dígitos em abril. A consultora Oxford Economics disse em nota que espera ver uma perda de 24 milhões de empregos em abril, o que elevaria a taxa de desemprego para 14%. Em março, o Congresso aprovou um pacote de estímulo de US$ 2,2 trilhões para parar o sangramento da pandemia de coronavírus.

O Legislativo contempla fornecer mais dinheiro a um programa de US$ 350 bilhões para conceder créditos a pequenas empresas, para incentivá-las a não demitir seus trabalhadores. Rubeela Farooqi, da consultoria High Frequency Economics, alerta que a perda de empregos vai continuar. "Com grandes porções da economia ainda fechados (inativos), esses níveis provavelmente permanecerão altos, à medida que as empresas continuarem a reduzir o tamanho ou a licenciar sua força de trabalho", escreveu ela em uma análise.

Saiba Mais

O Federal Reserve dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira mais empréstimos, atingindo 2,3 trilhões de dólares, para "sustentar a economia", e destinados principalmente às empresas e comunidades locais afetadas pela pandemia de coronavírus. De acordo com a ata da reunião de política monetária do Fed realizada em 15 de março, quando o emissor decidiu reduzir sua taxa básica de juros para zero, o organismo alertou que a pandemia representa "grandes riscos" para a economia americana.

No entanto, algumas autoridades do Fed estimam que a pandemia não terá efeitos tão duradouros quanto a crise financeira de 2008. Para o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, enquanto a economia avança americana "a uma taxa alarmante" em direção a uma "taxa de desemprego muito alta", assim que as empresas puderam retomar os negócios, "há muitas razões para acreditar que a recuperação econômica será sólida".