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Anti-HIV também reduz inflamação

Pesquisadores do Instituto Fiocruz também testaram um medicamento usado no tratamento do HIV como ferramenta de combate ao vírus da Covid-19. Os cientistas analisaram a droga atazanavir e, como primeiro passo, observaram sua interação molecular em uma região específica de interesse do vírus Sars-Cov-2: a Mpro, principal responsável pela replicação do vírus. Nesse teste, a droga conseguiu inibir a replicação viral e reduziu proteínas relacionadas ao processo inflamatório nos pulmões.

Os cientistas também realizaram experimentos comparativos com a cloroquina. Nesse caso, os resultados obtidos  com o atazanavir e em associação com o ritonavir  (outro anti-HIV) foram melhores que os observados com a cloroquina. “A análise de fármacos já aprovados para outros usos é a estratégia mais rápida que a ciência pode fornecer para ajudar no combate à Covid-19, com a adoção dos protocolos de distanciamento social em curso”, destacou, em  comunicado, Thiago Moreno, pesquisador da Fiocruz que liderou o estudo.

Ana Caetano Faria, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em imunobiologia da nutrição e de mucosas, acredita que os resultados obtidos precisam ser vistos com prudência. “Vários medicamentos antivirais têm sido testados. O problema desses medicamentos é que são todos muito tóxicos, e isso dificulta o uso. Por enquanto, nenhum deles ainda pode ser utilizado de maneira segura na clínica”, detalhou a especialista durante coletiva concedida ontem pela Agência Bori de notícias.

Segundo Marina Caskey, professora-associada de investigação clínica no Laboratório de Imunologia Molecular da Rockefeller University, em Nova Iorque, os estudos ainda são de pequeno porte. “Então, é muito cedo para dizermos se eles podem ser usados no futuro, mas isso vai vir aos poucos. Enquanto entendemos o vírus, vamos saber como agir em relação à  prevenção e  ao tratamento”, frisou também na coletiva. (VS)