Formado em medicina, o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, decidiu trabalhar para o serviço público de saúde uma vez por semana durante a epidemia do novo coronavírus. O anúncio foi feito, ontem, por um porta-voz do governo.
Segundo o jornal Irish Time, Varadkar, que se graduou no Trinity College de Dublin, em 2003, avaliará os sintomas dos pacientes por telefone.
“Muitos familiares e amigos dele trabalham no setor sanitário”, explicou a fonte do governo irlandês, acrescentando: “O primeiro-ministro queria ajudar, ainda que de forma modesta”.
No mês passado, pouco depois de a epidemia de Covid-19 chegar à Irlanda, o serviço público de saúde pediu a profissionais da área que tivessem deixado de exercer a atividade que se reincorporassem ao sistema. Mais de 60 mil pessoas responderam positivamente à convocação.
De acordo com os números mais recentes do Mistério da Saúde, publicados ontem, a Irlanda registrou 158 mortes relacionadas com o Sars-CoV-2 e 4.994 casos de contágio desde que a epidemia emergiu.
Confinamento
Na tentativa de barrar o avanço da disseminação do novo coronavírus, Leo Varadkar anunciou, há 10 dias, o confinamento da população do país. “Todos devem ficar em casa, quaisquer que sejam as circunstâncias”, recomendou o primeiro-ministro.
O confinamento está previsto, em princípio, até o próximo dia 12. Até lá, somente trabalhadores de setores essenciais, aqueles que devem ir ao médico, pontos de venda para a compra de produtos essenciais ou pessoas que queiram se exercitar estarão autorizados a deixar suas residências.
“Essas são medidas radicais, destinadas a salvar a vida do maior número possível de pessoas”, assinalou Varadkar, em entrevista coletiva, ao determinar o isolamento. “Estou pedindo a vocês um tempo para renunciarmos às nossas liberdades por uma causa maior.”
Para auxiliar a população a enfrentar a situação, o Parlamento aprovou uma lei de emergência que prevê, principalmente, o congelamento dos aluguéis, bem como créditos de emergência. “São tempos difíceis, mas essas dificuldades terão um fim”, garantiu o primeiro-ministro.