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EUA podem tornar-se epicentro da doença


O aumento exponencial de pessoas infectadas pelo novo coronavírus pode fazer com que os Estados Unidos ultrapassem em breve a Europa e se tornem o epicentro da pandemia. A advertência foi feita ontem pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Estamos vendo uma aceleração muito forte no número de casos nos EUA. Não podemos dizer que o país já se tornou o novo epicentro, mas existe essa possibilidade”, disse Margaret Harris, porta-voz da OMS. Até o fechamento desta edição, o território norte-americano contabilizava 600 mortes e quase 50 mil infecções pela Covid-19, de acordo com um balanço estabelecido pela Universidade Johns Hopkins. Os Estados Unidos são o terceiro país em número de casos registrados, atrás da China e da Itália.

A maioria das mortes foi registrada em Nova York. Os novos casos estão dobrando a cada três dias, em maior quantidade e mais rápido do que o previsto e alcançando “números astronômicos”, alertou o governador do estado, Andrew Cuomo. “A taxa de novas infecções está dobrando a cada três dias aproximadamente. Este é um aumento dramático”, afirmou Cuomo em sua coletiva de imprensa diária sobre o vírus, que já infectou mais de 25 mil pessoas e provocou pelo menos 157 mortes no estado.

O presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu, ontem, a posição de relaxar o isolamento imposto a parte da população, alertando que essas medidas podem “destruir” o país. “Muitas pessoas concordam comigo. Nosso país não foi projetado para fechar”, disse ele à Fox News. “Pode destruir um país dessa maneira, fechando-o”, assegurou. O republicano acrescentou que a partir da próxima semana “avaliará” se as medidas de distanciamento social e quarentena deverão ser suspensas para recuperar a economia. Ele advertiu que uma “grande recessão” pode deixar mais vítimas do que o novo coronavírus.