A pandemia de COVID-19 eclodiu em dezembro na China antes de se espalhar para a Europa, agora o continente mais afetado, mas a disseminação da doença nos Estados Unidos poderá tornar o país o novo epicentro, disse Margaret Harris, porta-voz da OMS.
"Estamos vendo uma aceleração muito forte no número de casos nos Estados Unidos. Não podemos dizer que o país já se tornou o novo epicentro, mas existe a possibilidade", insistiu.
De acordo com o último relatório diário da OMS publicado na segunda-feira à noite, os Estados Unidos viram os números de pessoas contaminadas e de mortes dobrarem em 24 horas (31.573 casos de infecção e 402 mortes).
No mesmo intervalo, a Europa registrou 20.131 novos casos e 1.318 mortes, num total de 171.424 casos e 8.743 mortes.
A aceleração da doença nos Estados Unidos pode ser explicada por uma melhor triagem e também reflete a alta taxa de transmissão antes da implementação de medidas de contenção mais rigorosas.
"O contágio por cada indivíduo de duas ou três pessoas leva de três a cinco dias", explicou Margaret Harris. "Nos Estados Unidos, há uma semana, havia muitas transmissões", ressaltou.
Embora seja esperado um aumento considerável no número de casos em todo o mundo nos próximos dias, a OMS diz que vê "sinais positivos muito precoces em certos países europeus que conseguiram convencer suas populações a respeitar a distância física", afirmou a porta-voz da organização.
Na Itália, por exemplo, o país mais afetado depois da China, com 63.927 casos, segundo a AFP, as autoridades de saúde estão registrando um declínio no número de novos casos e no número de mortes.