De maioria republicana, o Senado dos Estados Unidos impôs dura derrota ao presidente Donald Trump, ao não alcançar um acordo sobre um gigantesco plano de estímulo para lidar com as consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus. O projeto busca mobilizar até US$ 2 trilhões. A adoção no Senado fracassou, enquanto as negociações continuam entre a maioria republicana e a minoria democrata, que coincidem sobre a urgência da situação. Durante a votação de ontem, que permitia rápida aprovação do texto, eram necessários 49 dos 60 votos.
O chefe da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, criticou “uma obstrução absolutamente estúpida” da oposição. O líder do comitê democrata Chuck Schumer afirmou, pouco antes da rejeição do Senado, que qualquer votação seria inútil, enquanto as negociações não terminassem. “Estamos muito perto de um acordo, muito perto”, garantiu.
O texto deve superar esse primeiro obstáculo antes de ser submetido a uma votação final no Senado. Em seguida, terá que ser aprovado pela Câmara dos Representantes, com maioria democrata, antes de ser promulgado pelo presidente Donald Trump. O secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin, negocia diretamente no Congresso com os líderes democratas e republicanos a aprovação do plano de estímulo econômico.
A ajuda é fundamental para a economia dos Estados Unidos, que provavelmente entrou em recessão. Os democratas, entretanto, se recusam a aprovar o texto como está. Entre outras coisas, eles querem uma maior supervisão dos empréstimos a grandes empresas que, segundo eles, se assemelham a presentes para os diretores. Mnuchin chamou essa crítica de “ridícula”, em entrevista à Fox News, e disse que o plano era destinado a “todos os trabalhadores americanos”.
Nova York
O prefeito de Nova York, o maior epicentro da epidemia nos EUA, defendeu, ontem, que o país precisa urgentemente de uma quarentena geral obrigatória para enfrentar a pandemia. Bill de Blasio alertou que a metrópole carece de respiradores suficientes e de profissionais da área da saúde para conseguir salvar as vidas de todos os infectados. Ele pediu ajuda urgente ao governo federal. Onze mil casos e 99 mortes foram registrados em Nova York.
“Esta semana será ruim e a próxima semana será pior (...) Este é apenas o início de algo que vai piorar em abril e maio. Temos que nos preparar, temos que mudar a maneira como vivemos, e precisamos absolutamente da ajuda de Washington”, disse De Blasio ao canal CNN. Nova York já concentra 5% dos números de casos de Covid-19 em todo o mundo.