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Técnica acústica coleta microplásticos


Um dos produtos que mais poluem a água se transformou em um desafio para o combate à poluição devido à dificuldade de retirá-lo de mares, oceanos e lagos. O microplástico, que possui cerca de 0,3 milímetros (mm), consegue permanecer no ambiente aquático mesmo com o uso de peneiras e técnicas de filtragem. Cientistas americanos conseguiram sucesso na retirada desse resíduo usando uma técnica acústica. A tecnologia foi apresentada na revista especializada Sensors and Actuators B: Chemical. 

Os pesquisadores se concentraram no fato de que uma das maiores fontes de microplásticos em nossos oceanos são de máquinas de lavar. Uma máquina de lavar de roupa típica descarrega cerca de 10 mil fibras por ciclo de lavagem de 100 litros. “Muitas de nossas roupas são feitas de fibras químicas, e pequenos pedaços de fibras microplásticas se quebram na máquina de lavar. As estações de tratamento de águas residuais não conseguem capturar esses microplásticos”, explica, em comunicado, Hiroshi Moriwaki, especialista em análise ambiental na Faculdade de Ciência e Tecnologia Têxtil da Universidade Shinshu, no Japão, e um dos autores do estudo.

Vibração

Os cientistas decidiram criar um dispositivo que coleta microplásticos e fibras microplásticas por vibrações acústicas piezo (comuns em dispositivos elétricos). Com o uso da acústica em força e amplitude apropriadas para as características do “alvo” — ou seja, o comprimento, o diâmetro e a compressibilidade do microplástico —, os detritos se acumulam no meio de um dispositivo quadrado. Essa espécie de caixa é dividida em três compartimentos. “Os dois canais do lado expelem água limpa enquanto as fibras microplásticas se reúnem no meio, graças ao uso da acústica emitida pelo dispositivo”, detalha Moriwaki.

Os cientistas também desenvolveram o som usado no dispositivo com características que atingissem principalmente as micropartículas de nylon tipo 6 e PET. A estratégia deu resultados positivos. “As taxas de coleta foram muito altas, 95% para o PET e 99% para o nylon 6”, conta o autor do estudo. A equipe pretende desenvolver estratégias para a “captura” de outros tipos de plástico.