A interrupção dos programas de acolhimento, a suspensão dos trâmites de asilo e os isolamentos obrigatórios na Europa têm deixado migrantes em uma situação ainda mais vulnerável. A Alemanha adotou medidas de quarentena nos centros de acolhimento em decorrência do registro de vários casos de contágio em refugiados. Voluntários e organização não governamentais, porém, têm alertado que essas populações estão abandonadas à própria sorte.
“Como manter a distância em quartos minúsculos e compartilhando banheiros e cozinha? (…) As crianças continuam correndo nos corredores”, contou à agência France-Presse de notícias (AFP) uma voluntária que se encarrega de várias famílias afegãs em um centro no nordeste de Berlim. “Há desinfetante para as mãos na entrada, mas nada mais”, acrescentou mulher, identificada como Sophia.
Na França, há cada vez menos voluntários em Calais (norte), onde se encontram cerca de 2 mil migrantes. A distribuição de comida não acontece mais.“Se o vírus se propaga em um campo de refugiados, será um desastre”, alerta Antoine Nehr da ONG Utopia 56.