Mundo

Escalada de tensão



Washington e Pequim elevaram o tom do crescente choque pela pandemia do novo coronavírus nas redes sociais, com a China acusando o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, de mentir.

Em entrevista ao canal Fox News, Pompeo disse que o país asiático “desperdiçou dias valiosos” após identificar o novo coronavírus, ao permitir que “centenas de milhares” de pessoas deixassem a cidade de Wuhan, epicentro da epidemia, e viajassem ao exterior, incluindo a Itália, que superou a China como país com maior número de mortos.

A porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying, externou sua contrariedade no Twitter, com uma postagem em inglês: “Pare de mentir!”

Ela assinalou que Pequim informou pela primeira vez os Estados Unidos sobre o surto do novo coronavírus em 3 de janeiro, e que o Departamento de Estado só alertou os americanos em Wuhan 12 dias depois. “Como afirmaram especialistas da OMS (Organização Mundial da Saúde), os esforços da China evitaram centenas de milhares de casos de infecção”, destacou.

A porta-voz do Departamento de Estado, Morgan Ortagus, respondeu: “Em 3 de janeiro, autoridades chinesas já haviam ordenado a destruição de amostras do vírus #Covid19, silenciado os médicos de Wuhan e censurado as preocupações públicas na internet”.

Acusações mútuas

A relação tensa entre as duas potências piorou em razão da pandemia, que a China parece ter sob controle, mas afetou gravemente a vida em boa parte do mundo. Na semana passada, os Estados Unidos convocaram o embaixador chinês, depois que outro porta-voz da chancelaria afirmou que o Exército americano havia levado o vírus para Wuhan.

O presidente Donald Trump irritou Pequim ao insistir em se referir ao Sars-Co-2 como “vírus chinês”, terminologia desaconselhada pela OMS.