O governo da Austrália ordenou nesta quarta-feira a seus cidadãos que permaneçam no país e proibiu as viagens ao exterior, uma medida sem precedentes para enfrentar a epidemia de coronavírus.
O primeiro-ministro Scott Morrison anunciou o que chamou de "bloqueio indefinido" das viagens ao exterior para "determos a propagação e salvarmos vidas".
"Não viajem ao exterior. Esta é uma determinação muito clara", disse o premier, acrescentando que o novo pacote de medidas também veta eventos com mais de 100 pessoas.
"É um evento que ocorre uma vez a cada 100 anos. Não enfrentávamos este tipo de coisa na Austrália desde o final da Primeira Guerra Mundial", declarou Morrison em entrevista coletiva.
"Vamos manter a Austrália andando, vamos manter a Austrália funcionando, mas não será como habitualmente", advertiu o presidente, alertando que as medidas poderão durar até seis meses.
Até o momento, a Austrália registrou mais de 450 casos confirmados do novo coronavírus, e os números aumentam diariamente.
A epidemia no país já provocou cinco óbitos.
Morrison rejeitou pressões para que o governo determine o fechamento das escolas, como foi adotado em outros países, por considerar que tal medida teria um impacto social e econômico "severo".
O fechamento das escolas removeria 30% dos funcionários da saúde pública, já que precisariam permanecer em casa para cuidar dos próprios filhos.
Este bloqueio de viagens ao exterior foi adotado após as duas principais linhas aéreas do país, Qantas e Virgin Australia, suspenderem mais de 90% de seus voos internacionais.
Morrison destacou que esta medida "é inédita na história da Austrália", mas se faz necessária para impedir que viajantes introduzam mais casos de coronavírus no país.