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Itália registra 368 mortes em um dia

Foram mais 3,5 mil novos casos no território italiano em apenas 24 horas. Espanha contabilizou, só ontem, mais 100 óbitos e 2 mil infectados. Alemanha decide fechar as fronteiras a partir de hoje. OMS reforça que a Europa é o epicentro do Coronavírus



A Itália registrou 368 mortes pelo Coronavírus em 24 horas, o que eleva o número de vítimas fatais a 1.809 no país, o mais afetado da Europa, segundo balanço divulgado ontem pela Defesa Civil italiana. O número de infectados também aumentou, com 3.509 novos casos em um dia, elevando o total a quase 25 mil. 

A região de Milão, na Lombardia (norte), continua sendo a mais afetada, com 1.218 mortos e 13.272 casos. As medidas de confinamento entraram em vigor naquela região há uma semana. Em seguida, foram ampliadas a todo o país, o que, segundo o premier Giuseppe Conte, deverá dar resultado em duas semanas.

Autoridades da Lombardia expressaram preocupação com a capacidade dos hospitais de lidar com a pandemia. "As cifras seguem aumentando. Em breve, chegaremos ao ponto em que não teremos mais leitos de UTI", advertiu ontem o governador da Lombardia, Attilio Fontana, em entrevista ao canal Sky TG24. Cerca de 800 pessoas estão internadas em UTIs naquela região. Segundo Fontana, está sendo habilitado um hospital provisório com 500 leitos de UTI em dois pavilhões da Feira de Milão.

Já a Espanha, segundo país mais afetado depois da Itália, contabilizou 100 mortes e 2 mil casos nas últimas 24 horas, totalizando 288 vítimas fatais e 7.753 pessoas infectadas, anunciou ontem o Ministério da Saúde espanhol. A atualização do balanço foi divulgada depois que o governo decretou estado de alerta no sábado, o que impõe várias restrições ao deslocamento dos habitantes.

O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, anunciou no sábado o confinamento quase total do país de 46 milhões de habitantes, que só poderão sair de suas casas para comprar alimentos ou remédios, para trabalhar ou para cuidar de pessoas dependentes. Todos os estabelecimentos comerciais considerados não essenciais, centros de ensino, museus, restaurantes e centros esportivos estão fechados em toda a Espanha. As procissões previstas para a Semana Santa foram canceladas em cidades como Sevilha.

Fronteiras fechadas

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) o epicentro da Covid-19, a Europa tenta estabelecer medidas de proteção ante o avanço inexorável da pandemia de Coronavírus, que ontem superou a barreira de 6 mil mortes e 160 mil infectados em todo o mundo. O governo da Alemanha decidiu fechar, a partir de hoje, as fronteiras do país com França, Suíça e Áustria, para tentar conter a propagação da doença

O fechamento entrará em vigor às 8h locais (4h de Brasília), mas não será aplicado ao transporte de mercadorias e isentará os trabalhadores que precisam atravessar a fronteira. Uma das razões alegadas pelas autoridades alemãs, além do controle da pandemia, é evitar que os cidadãos dos países fronteiriços entrem na Alemanha para fazer grandes compras em mercados locais, o que poderia esvaziar as prateleiras, fenômeno que já foi registrado.

A medida foi decidida pelo governo da chanceler Angela Merkel e as autoridades de três estados regionais (lands) alemães: Bade-Wurtemberg, Baviera e Sarre. Outros países como Polônia, República Tcheca ou Dinamarca já fecharam as fronteiras e estão aplicando severas restrições.

Vaticano vazio

O Vaticano anunciou que todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa acontecerão sem a presença de fiéis na praça de São Pedro. "Comunicamos que até o domingo 12 de abril de 2020 as audiências gerais do Santo Padre e a recitação da Oração Mariana do 'Angelus' dos dias domingo serão transmitidas apenas via 'streaming'", afirma um comunicado oficial.

Áustria e Suíça anunciaram o fechamento de quase todas as suas estações de esqui. O chanceler austríaco, Sebastian Kurz, pediu aos habitantes que saiam de casa apenas em caso de necessidade profissional, para comprar produtos essenciais ou para ajudar alguém. O governo austríaco também proibiu reuniões de mais de cinco pessoas e decidiu limitar drasticamente os deslocamentos dos cidadãos.

Criticado por sua resposta lenta à crise, em um país com 1.372 casos e 35 mortes, o governo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson pretende proibir as grandes concentrações. A rainha Elizabeth II deu o exemplo e cancelou "por precaução" vários compromissos. Ontem, o Reino Unido anunciou que irá decretar nas próximas semanas o isolamento de idosos.

Eleições na França

Apesar dos temores devido à pandemia, os franceses compareceram ontem às urnas para eleições municipais. Mas a participação foi visivelmente reduzida, horas depois de uma ordem para o fechamento em todo o país de locais públicos "não essenciais", como bares, restaurantes e cinemas. O país registra 127 mortes e 5.423 casos, de acordo com o último balanço divulgado ontem. O país reduzirá progressivamente as viagens de longa distância de trem, ônibus e avião em seu território nos próximos dias para limitar a propagação do Coronavírus. 


6.036  Vítimas fatais
Número de mortes pela Covid-19 registradas em 139 países