O político de centro-direita (Partido Nacional) venceu as eleições presidenciais do ano passado, em segundo turno, em uma disputa acirrada contra Daniel Martínez, candidato da coalizão de esquerda, Frente Ampla.
No primeiro turno, no dia 27 de outubro, Lacalle Pou obteve 29% dos votos contra 39% de Daniel Martínez.
No segundo turno, Lacalle Pou construiu uma coalizão "multicolorida". Isso porque ele, que é do Partido Nacional, aliou-se aos candidatos Ernesto Talvi, do partido Colorado, e Guido Manini Ríos, do Cabildo Aberto. Com a coalizão, conseguiu virar o jogo e vencer Daniel Martínez. O "multicor" se dá devido às cores das bandeiras dos partidos aliados.
A vitória representa alternância de poder, após 15 anos de governos de esquerda no Uruguai.
Quem é
Lacalle Pou, 46 anos, se dedica à vida política desde os 24 anos e já exerceu os cargos de deputado e senador.
De uma família de políticos, ele é filho da ex-senadora Julia Pou e de Luis Alberto Lacalle, ex-presidente do país, que governou de 1990 a 1995. É bisneto de Luis Alberto de Herrera, um dos políticos mais influentes da história do Partido Nacional.
Cerimônia
No domingo, a solenidade de troca de comando começará às 13h40, com a chegada da vice-presidente, Beatriz Argimón, ao Palácio Legislativo. Dez minutos depois, Lacalle entra no recinto.
O início da Cerimônia de Compromisso de Honra Constitucional, a ser realizada pelo presidente e pela vice-presidente, começará às 14 horas e durará cerca de 50 minutos.
Às 15h30, as delegações oficiais e os convidados chegarão à Praça Independência. Tabaré Vázquez, o presidente que deixa o cargo, chegará às 16h10, quando receberá honras militares.
Vinte 20 minutos depois, Lacalle Pou e Argimón chegarão ao local, onde serão recebidos por Vázquez para a troca da faixa presidencial.
Às 17 horas, Vázquez deixará a Praça Independência com honras militares e, dez minutos depois, será realizada a solenidade de posse dos novos ministros. Nesse momento, o Livro de Atas será assinado.
O desfile militar será realizado às 17h40 e, dez minutos depois, Lacalle Pou , já nomeado presidente, e sua esposa, serão levados para o edifício José Artigas, palácio que antigamente abrigava a sede do governo.
Às 17h55, está programado para começar um espetáculo artístico e, ao mesmo tempo, os chefes de delegação serão transferidos para o edifício José Artigas, onde já estará o novo presidente.
O início da saudação protocolar do Lacalle, de sua esposa e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Talvi, aos chefes de delegação será às 18h15. A cerimônia está programada para terminar às 19h15.
Autoridades esperadas em Montevidéu
O presidente Bolsonaro participará da solenidade, acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
O rei da Espanha, Felipe VI, participará, pela quarta vez, da cerimônia de posse de um presidente uruguaio.
A delegação dos Estados Unidos deve chegar hoje (29) e será liderada por Andrew Wheeler, membro do gabinete do presidente Donald Trump. Ele será acompanhado pelo embaixador Kenneth S. George, além de assessores especiais.
Alberto Fernández, presidente da Argentina, não participará da posse de Lacalle Pou, pois tem compromissos no Congresso, em Buenos Aires. Ele afirmou, na semana passada, em um programa de rádio, que pretende ir ao Uruguai para cumprimentar o novo mandatário nos próximos dias.
Fernández será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Felipe Solá, além do secretário de Assuntos Estratégicos, Gustavo Béliz, do chefe de gabinete da chancelaria, Guillermo Chaves, e também do embaixador nomeado no Uruguai, Alberto Iribarne.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, deve chegar ao Uruguai, para acompanhar a posse, no domingo, às 7 da manhã.
O presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, viajará com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Rivas, também no domingo. O presidente colombiano, Iván Duque, marcará presença ao lado da ministra das Relações Exteriores, Claudia Blum.
A presidente boliviana, Jeanine Áñez, não comparecerá ao ato, mas será representada pela chanceler Karen Longaric.
O presidente peruano, Martín Vizcarra, não pode deixar o território por questões constitucionais e deve ser representado pelo presidente do Conselho de Ministros de seu país, Vicente Zeballos. O vice-presidente equatoriano, Otto Sonnenholzner, representará o presidente Lenin Moreno.
Representando a China estará o enviado do presidente Xi Jinping, o ministro da Ecologia e Meio Ambiente, Li Ganjie. Os presidentes da Venezuela, Cuba e Nicarágua não foram convidados.