O Ministério da Saúde da Itália confirmou nesta quarta-feira (26/2) que o número de casos confirmados de coronavírus no país chegou a 400. A Itália é o país em situação mais crítica na Europa.
12 pessoas já morreram em decorrência do contágio. Três se recuperam do Covid-19. Outros 128 pacientes estão hospitalizados com sintomas, 36 estão em terapia intensiva, e 221 estão em isolamento domiciliar. Os números oficiais foram comunicados pelo Comissário para a Emergência da Proteção Civil, Angelo Borrelli.
O reflexo do surto na Itália já chegou ao Brasil. O primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no país foi confirmado nesta terça-feira (25/2) pelo Ministério da Saúde. Trata-se de um homem de 61 anos que foi diagnosticado em São Paulo. Ele esteve na região da Lombardia, a mais afetada na Itália, entre os dias 9 e 20 de fevereiro. Retornou ao Brasil no dia 21 e apresentou os primeiros sintomas dois dias depois. É o primeiro caso na América Latina.
Na Lombardia, que abrange a cidade de Milão, uma das mais importantes da Europa, 258 pessoas foram infectadas. O Itamaraty informou ao Correio que, de acordo com dados de 2019, atualmente vivem na Itália cerca de 85,7 mil brasileiros. Dos 20 casos suspeitos sob investigação no Brasil, pelo menos 12 são de pessoas que também estiveram na Itália.
O estado de São Paulo é o que mais tem casos suspeitos, com 11. No Distrito Federal, um caso suspeito no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) foi descartado. Ele deu entrada com sintomas do Covid-19 e informou que teve contato com uma pessoa da Espanha que foi diagnosticada com a doença. Outros três casos estão sob suspeita em Brasília. Todos em hospitais particulares.
Nos portos e aeroportos do país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é responsável por adotar as medidas preventivas de propagação do coronavírus. O órgão garante que os procedimentos de desinfecção e limpeza de aeronaves sejam realizados corretamente e encaminhar os casos de pessoas que estejam manifestando sintomas.
A Anvisa também tem feito alertas sonoros nos aeroportos para que pessoas que estiveram em áreas com casos confirmados e com sintomas específicos procurem atendimento médico. No Aeroporto de Brasília, medidas de prevenção como orientações de higiene pessoal também estão sendo transmitidas nos alto falantes em vários idiomas, inclusive em chinês.
Para aqueles que viajarão ao exterior, a Anvisa não emitiu orientação específica. No DF, após o anúncio dos primeiros casos suspeitos, estoques de álcool em gel e máscaras de proteção em farmácias no centro da capital acabaram. Maria Garcia, de 70 anos, viajará para Santiago de Compostela, no noroeste da Espanha acompanhado do neto Alejandro Barbosa, de 12 anos. O adolescente nasceu na país e voltará para estudar.
Maria não conseguiu encontrar máscaras para comprar antes da viagem. No embarque do Aeroporto de Brasília, junto à família, a idosa revelou estar temerosa após as últimas notícias sobre o coronavírus. "Estou muito preocupada, com medo, porque estou no grupo de risco. Vou fazer 71 anos. Aqui não encontrei máscara em lugar algum. Estou preocupada de deixar meus parentes aqui, porque [o coronavírus] já chegou aqui” conta ela.
A filha de Maria, a esteticista Vanessa Garcia, de 41 anos, revelou que os parentes que estão na Espanha não estão em pânico. Segundo ela, não há boatos de que o coronavírus tenha chegado ao país. Mas revela preocupação com a mãe: “Se a situação piorar, ela vai voltar imediatamente”, afirma Vanessa. Apesar da aparente calma dos familiares que estão do outro lado do Atlântico, ontem chegou a dez o número de infectados pelo coronavírus na Espanha. Pelo menos três estiveram na Itália nos últimos dias.
*Estagiário sob a supervisão de
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