O carnaval de rua em Vokmarsen, pequena cidade no norte de Hesse, na Alemanha, foi abruptamente interrompido, ontem, depois que um motorista avançou com uma caminhonete em direção a foliões que participavam de um desfile. Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas, algumas, em estado grave. A polícia investiga se o condutor, que foi detido, atropelou a multidão — inclusive, crianças — de propósito.
Imediatamente, a polícia anunciou no Twitter a suspensão de todos os desfiles no estado regional, como “medida de precaução”. Junto à folia, parte da Alemanha festeja a “segunda-feira de rosas”, marcada por desfiles de carros alegóricos pelas ruas das grandes cidades, como Colônia.
Testemunhas contaram ao jornal regional Frankfurter Rundschau que tinham a impressão de que o motorista, cuja identidade não foi divulgada, fez um movimento em direção às crianças depois de rodar em alta velocidade entre a multidão, continuando sua jornada por cerca de 30 metros. Muitas das vítimas ficaram no chão e foram atendidas por equipes médicas enviadas ao município de 7 mil habitantes. Inúmeras viaturas policiais e de bombeiros foram mobilizadas.
O episódio ocorreu em meio a um contexto de grande tensão no país, principalmente em Hesse, onde a população ainda está impactada por um duplo tiroteio racista no qual nove pessoas morreram, quarta-feira passada, na cidade de Hanau.
As autoridades alemãs estão em estado de alerta permanente em relação à ameaça extremista, sobretudo depois de um atropelamento em massa por um caminhão, em ação reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), no qual 12 pessoas morreram na capital alemã, Berlim, em dezembro de 2016.
Desde então, as autoridades conseguiram impedir nove tentativas desse tipo, duas delas em novembro do ano passado, segundo dados da polícia criminal.
Atualmente, a ameaça de terrorismo de extrema-direita também preocupa as autoridades de segurança. Em junho do ano passado, houve o assassinato de um representante eleito alemão pró-migrantes, seguido de um ataque a uma sinagoga em Halle, em outubro de 2019 e, por fim, o ataque da semana passada em Hanau.