Reclamado pela justiça americana por ter vazado centenas de milhares de documentos confidenciais, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, tenta convencer a justiça britânica a partir desta segunda-feira (24/2) a rejeitar a extradição para os Estados Unidos.
Personagem polêmico, o australiano de 48 anos declarou em uma audiência preliminar que se negava a "submeter-se a uma extradição por um trabalho jornalístico que recebeu muitos prêmios e protegeu muitas pessoas". Ele poderia ser condenado a até 175 anos de prisão nos Estados Unidos.
Em um primeiro momento, ele foi acusado de hackear, mas em maio do ano passado a justiça americana apresentou 17 acusações adicionais com base na lei antiespionagem. As pessoas que apoiam Assange denunciam que as acusações representam um grave perigo para a liberdade de imprensa.
A justiça dos Estados Unidos o acusa principalmente de ter colocado em perigo algumas de suas fontes ao publicar, no Wikileaks em 2010, 250.000 telegramas diplomáticos e meio milhão de documentos confidenciais sobre as ações do exército americano no Iraque e no Afeganistão.
Agora, a justiça britânica precisa determinar se a demanda de extradição respeita vários critérios legais e, sobretudo, se não é desproporcional ou incompatível com os direitos humanos.
Julian Assange comparecerá durante toda a semana ao tribunal de Woolwich Crown Court, perto da prisão de Belmarsh, ao sudeste de Londres.
Após esta semana, as audiências serão retomadas em 18 de maio, durante três semanas. A decisão pode ser objeto de recurso.
Assange está detido na penitenciária de segurança máxima de Belmarsh desde que foi expulso da embaixada de Equador há 10 meses.