O Grupo de Lima, que reúne dezenas de países da América Latina e o Canadá, convidou nesta quinta-feira (20) a comunidade internacional a "unir-se para deter a tragédia humana na Venezuela" e desenvolver "um futuro democrático" a essa nação, segundo um comunicado divulgado após reunião em Gatineau, no Québec.
"Estamos fazendo um chamado a todos os países", disse em uma coletiva de imprensa François-Philippe Champagne, Ministro das Relações Exteriores do Canadá.
"Precisamos falar em uma só voz, com parceiros internacionais, para encontrar novas formas de colocar um fim nessa crise política, humanitária e econômica, fazendo-nos eco do desejo dos cidadãos venezuelanos e do presidente interino Juan Guaidó", ressaltou.
De acordo com a nota conjunta divulgada após a reunião, "embora a Constituição venezuelana tenha a previsão de novas eleições parlamentares em 2020, a democracia só será restabelecida plenamente na Venezuela se tiverem eleições presidenciais livres, justas e confiáveis".
O grupo acredita também que "o sofrimento humano alcançou um nível intolerável" na Venezuela.
"Isso mostra a urgência de uma saída pacífica e democrática dessa crise que se deteriora rapidamente", acrescenta.
Desde 2015, cerca de 4,5 milhões de venezuelanos deixaram o país, segundo a ONU.
O Grupo de Lima é um bloco regional criado em 2017, com o objetivo de buscar uma solução para a crise política e econômica na Venezuela, país presidido por Nicolás Maduro.
Desde o seu início, o grupo tem dado uma série de declarações que tiveram pouco efeito tangível sobre a situação na Venezuela.
O encontro em Ottawa, do grupo que conta com a Bolívia, Brasil, Chile e México, entre outros, segue os passos da viagem internacional de Guaidó, que incluiu uma reunião com o presidente Donald Trump na Casa Branca e uma visita ao primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, com objetivo de obter apoio.
Mais de 50 países já reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela.