A ministra da defesa da França, Florence Parly, afirmou nesta terça-feira (18/2) que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) está ganhando força e levando os países ocidentais a retomarem o combate interrompido após a crise entre o Irã e os Estados Unidos.
"O mapa não é o território: apaga-se o califado de um lado, mas ele tenta se enraizar no outro", disse a ministra para os cerca de 2.000 tripulantes do porta-aviões Charles de Gaulle, que atualmente atravessa o leste do Mediterrâneo.
"O Daesh [acrônimo em árabe do EI] permaneceu forte na Síria, particularmente em áreas supostamente controladas pelo regime. [...] Quanto ao Iraque, afetado por sua situação interna e pelos choques das rivalidades internacionais, o Daesh continua a se organizar lá e ameaçar as forças do governo", afirmou.
As operações da coalizão internacional contra o EI foram suspensas após a morte em 3 de janeiro do general iraniano Qassem Soleimani em um ataque americano no Iraque, uma operação que alimentou tensões entre o Irã e os Estados Unidos.
"Depois de uma pausa, as operações terrestres foram retomadas", disse Parly, que falou sobre a formação de tropas iraquianas pela França sem dar mais detalhes.
"Nunca vamos esquecer, a luta contra o terrorismo é a nossa prioridade", insistiu.
"No contexto muito particular de fortes tensões entre o Irã e os Estados Unidos, essas operações devem retomar o mais rápido possível", disse à imprensa a bordo.
Do porta-aviões Charles de Gaulle, atualmente na costa de Chipre, escoltado por uma fragata grega e um destróier americano, os aviões Rafal decolam todos os dias para sobrevoar o Iraque.
Segundo Parly, a França realiza 15% das missões aéreas da coalizão no Iraque.