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Julgamento logo após as eleições




A Justiça israelense marcou para 17 de março o início do julgamento, por crime de corrupção, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o único chefe de governo na história de Israel a ser acusado durante o mandato. A audiência será realizada duas semanas após a eleição legislativa, a terceira em apenas um ano, considerada crucial para a sobrevivência política do líder da direita conservadora.

Um breve comunicado indicou que a ata de acusação será lida na presença de Netanyahu. O premiê foi acusado por corrupção, sonegação e abuso de poder em três casos, segundo o procurador-geral israelense Avichai Mandelblit.

Pela lei israelense, qualquer ministro que vá ser levado a juízo penal deve renunciar ao cargo, mas essa medida não se aplica ao caso de um premiê. Caso saia vitorioso das urnas e permaneça no cargo, entretanto, Netanyahu, que se diz vítima de um complô, não terá nenhuma imunidade diante da Justiça.

Há 14 anos no poder (a última década sem interrupção), Benjamin Netanyahu solicitou ao Parlamento, no início do ano, que lhe fosse concedida imunidade diante das próximas eleições legislativas de 2 de março, antecipando sua vitória. A oposição convenceu a maioria dos deputados a analisar o seu pedido antes da votação. O premiê retirou, então, o pedido.

Segundo a última pesquisa de intenção de votos, a formação centrista Kahol Lavan, do general Benny Gantz, teria 36 assentos dos 120 que há no Parlamento. A direita conservadora Likud, de Netanyahu, teria 33. Mais uma vez, nenhuma das forças alcançaria maioria.

“Se um milhão de eleitores do Likud convencer os outros 300 mil que não votaram na última eleição, ganharemos muito. Formaremos um governo de direita e bloquearemos um governo perigoso apoiado pela Lista Unida”, tuitou o primeiro-ministro.