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UE acorda nova missão para controlar embargo de armas na Líbia

Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, havia descartado um eventual acordo em sua chegada à reunião de chancelers em Bruxelas

Correio Braziliense
postado em 17/02/2020 13:38
Josep Borrell, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.Os países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo nesta segunda-feira (17/2)sobre uma nova missão para controlar o embargo de armas à Líbia, para substituir a operação Sophia ativada em 2015 pela crise migratória, afirmaram vários ministros.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, havia descartado um eventual acordo em sua chegada à reunião de chancelers em Bruxelas, dada a posição de alguns países para dar novo impulso à operação naval Sophia.

“Acordamos (...) criar uma missão que bloqueie a entrada de armas na Líbia”, disse o chanceler italiano Luigi di Mario após a reunião. Seu colega alemão, Heiko Mass, afirmou que esta “nova missão terá um componente naval”.

A missão Sophia, que nasceu em 2015 para combater os traficantes de migrantes, opera desde 2019 sem barcos e com um reforço de meios aéreos em razão da oposição do governo italiano anterior em receber migrantes resgatados no mar.

Ao longo dos anos, os europeus acrescentaram novas funções à operação, que passou a treinar a Guarda Costeira da Líbia e controlar a aplicação do embargo de armas imposto pela ONU à Líbia e o tráfico ilegal de petróleo.

Viena e Budapeste temem que o retorno da mobilização de embarcações faça com que os migrantes voltem a tentar a perigosa travessia do Mar Mediterrâneo, mesmo que as áreas de operações para controlar o embargo não sejam necessariamente as mesmas que as das rotas migratórias.

Di Mario explicou que “a UE enviará barcos para a zona leste da Líbia para impedir o tráfico de armas”. “Mas se essa missão causar um afluxo de embarcações de migrantes, iremos parar”, destacou.

“Estou muito feliz. Sophia está encerrada”, declarou o ministro austríaco, Alexander Schallengerg.

A Líbia está mergulhada no caos desde que uma revolta apoiada pela Otan conduziu em 2011 à derrubada e ao assassinato do ditador Muammar Khadafi. Atualmente, duas autoridades rivais e grupos armados disputam o controle do país.

Desde abril de 2019, o Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela ONU, enfrenta a ofensiva do marechal Khalifa Haftar, que tem o apoio da Rússia, Egito e Emirados Árabes Unidos, para assumir a capital do país, Trípoli.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU aprovou, pela primeira vez desde abril, quando começou a ofensiva de Haftar contra Trípoli, uma resolução pedindo um "cessar-fogo duradouro", após a trégua declarada em janeiro.

A resolução pede para que continuem as negociações da comissão militar conjunta criada em janeiro. Este painel reúne os dois lados, com o objetivo de chegar a um "cessar-fogo permanente" que inclua um mecanismo de controle, uma separação de forças e medidas de confiança.

A situação na Líbia pode levar mais residentes e deixar o país em caso de deterioração, alertou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na quinta-feira. Em 2019, a violência levou 177.000 pessoas a deixar suas casas.

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