O exército sírio descobriu uma vala comum onde 70 corpos de "civis e soldados executados" foram enterrados no leste de Ghuta Oriental, ex-reduto rebelde nos arredores de Damasco reconquistado pelas autoridades, informou a agência de notícias Sana.
A vala comum foi descoberta nos "campos de Alaab", perto da cidade de Duma, a leste da capital síria, anunciou a agência no domingo à noite.
O exército "em cooperação com as autoridades envolvidas" encontrou "uma vala comum de civis e soldados executados por grupos terroristas", disse Sana, usando a terminologia do poder para designar os jihadistas e os rebeldes.
Em abril de 2018, as autoridades sírias retomaram o controle do leste de Ghuta Oriental, último grande reduto rebelde às portas da capital Damasco, depois de uma vasta ofensiva e de acordos de evacuação. Dezenas de milhares de civis e combatentes foram enviados para o noroeste do país.
Entre 2012 e 2018, as facções armadas Jaish al-Islam e Faylaq al-Rahmane dominaram Ghuta Oriental. Outros grupos também estavam presentes, como Ahrar al-Sham e jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham, ex-facção síria da Al-Qaeda.
Citado pela Sana, o chefe da polícia militar de Damasco, Mohamed Mansur, estimou que as vítimas, incluindo uma mulher, foram executadas entre 2012 e 2014.
Espera-se que mais corpos sejam desenterrados nesta segunda-feira, acrescentou.
O médico legista Ayman Khelou assegurou que "a maioria dos corpos estava com as mãos atadas", enquanto "grande parte foi executada com um tiro na cabeça".
A AFP não conseguiu verificar de forma independente os detalhes fornecidos pela agência síria sobre as circunstâncias das mortes.
Áreas inteiras de Ghuta Oriental foram destruídas durante o cerco à região e a subsequente ofensiva militar.
A operação militar matou mais de 1.700 civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Alguns moradores conseguiram voltar, apesar da reconstrução muito lenta.
Muitas valas comuns foram encontradas nos últimos anos na Síria, principalmente em áreas anteriormente sob o controle de jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
A guerra na Síria começou em março de 2011 e já fez mais de 380.000 mortos. Além disso, milhares de pessoas estão desaparecidas.