Um ataque com mísseis executado a partir de Israel contra alvos militares perto de Damasco matou sete combatentes, sírios e iranianos, informou nesta sexta-feira a ONG Observatório Sírio dos Direito Humanos (OSDH), na mais recente de uma série de operações israelenses contra a presença militar do Irã na Síria.
A ONG afirmou que os "ataques aéreos" na região do aeroporto de Damasco mataram pelo menos três soldados sírios e quatro membros da Guarda Revolucionária do Irã (o exército ideológico do país).
Uma fonte do exército sírio, citada pela agência estatal SANA, afirmou que o ataque aconteceu às 23H45 locais de quinta-feira (18H45 de Brasília).
"Nossas defesas aéreas interceptaram objetos hostis sobre o céu de Damasco", afirmou a SANA. Israel não fez comentários sobre os ataques.
Desde o início do conflito sírio em 2011, Israel executou centenas de ataques contra posições militares do governo de Bashar Al Assad, mas também contra seus aliados, Irã e o Hezbollah libanês, inimigos declarados do Estado hebreu.
De acordo com o OSDH, que tem uma ampla rede de fontes na Síria, os bombardeios apontaram contra um "veículo" que estava na rodovia que vai do aeroporto ao subúrbio de Sayeda Zeinab, ao sul de Damasco, e contra um "carregamento de armas" pouco depois de sua chegada em um avião.
A imprensa estatal síria não informou sobre vítimas. A fonte militar citada pela SANA mencionou disparos de "mísseis procedentes do Golã sírio ocupado" por Israel.
Em várias oportunidades, as autoridades israelenses mencionaram em público sua campanha na Síria, insistindo que Israel não permitiria que este país em guerra se transformasse em um posto avançado de Teerã.
Em 6 de fevereiro, 23 soldados sírios e combatentes estrangeiros morreram em ataques israelenses na Síria contra alvos militares na região de Damasco e no sul do país.
Em novembro do ano passado, o exército israelense reivindicou ataques aéreos contra bases militares das forças governamentais e das forças Qods, da Guarda Revolucionária, que mataram 23 combatentes, incluindo 16 estrangeiros.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou que a força Qods, responsável pelas operações no exterior da República Islâmica do Irã, estava entre os alvos.
Iniciada em março de 2011 com a repressão de manifestações contra o governo, a guerra da Síria se transformou em um conflito complexo e provocou mais de 380.000 mortes.
Além disso, milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
A principal frente de guerra atualmente é o noroeste do país, onde as forças governamentais apoiadas pela Rússia tentam recuperar regiões controladas por jihadistas e rebeldes.