Mundo

Erdogan denuncia 'traição'

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou alguns países árabes de “traição”, por permanecerem em “silêncio” a respeito do chamado “acordo do século”, anunciado pelos Estados Unidos para resolver o conflito entre palestinos e israelenses. “Os países árabes que apoiam um plano semelhante traem Jerusalém e seu próprio povo, e algo mais importante: toda a humanidade”, declarou Erdogan durante um discurso para integrantes de seu partido, o AKP, em Ancara. “A Arábia Saudita está silenciosa. Quando você fará ouvir a sua voz? Omã, Barein, igual. O governo de Abu Dabi aplaude. Vergonha! Vergonha!”, afirmou.

Ferrenho defensor da causa palestina, Erdogan considera que o plano, o qual apresenta Jerusalém como a “capital indivisível de Israel”, é “absolutamente inaceitável”. “A Turquia não reconhece nem aceita este plano que destroça a Palestina e se apodera de Jerusalém”, insistiu. “Jerusalém é nossa linha vermelha”, sentenciou.

Em meio a uma relativa calma, milhares de muçulmanos participaram da primeira oração semanal na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém desde o anúncio do plano de Donald Trump. Pouco antes da oração da madrugada, a polícia dispersou palestinos que gritavam palavras de ordem “nacionalistas” na Esplanada das Mesquitas, chamada de Monte do Templo pelos judeus. Os agentes levaram reforços a vários setores da Cidade Santa, epicentro mundial do monoteísmo. “Não queremos que a situação degenere como na Síria, ou no Iraque”, declarou o grande mufti da mesquita de Al Aqsa, Muhamed Ahmad Husain, referindo-se aos conflitos que ocorrem nesses dois países.