Entre 900 e 1.800 pessoas, incluindo menores, viviam neste acampamento, em barracas, ou em abrigos improvisados, junto ao boulevar periférico de Paris.
Vários acampamentos surgiram na capital francesa desde a crise migratória deflagrada em 2015. Cerca de 20.000 imigrantes e refugiados foram retirados destes acampamentos no último ano.
Sob um vento cortante, os imigrantes embarcaram em ônibus para serem levados para ginásios, ou abrigos na região parisiense.
Junto com suas três filhas, Fátima, uma marfinense de 38 anos, esperava sua vez para subir em um dos ônibus.
"Dormíamos em uma barraca de campanha. Vamos ver o que as autoridades vão oferecer. Até o momento, não sabemos o que vai acontecer, mas mantemos a esperança", disse à AFP.
Yssuf, de 29, de mesma nacionalidade, contou que viveu neste acampamento desde dezembro, depois de receber ordem para deixar um centro de acolhida quando seu pedido de asilo foi rejeitado.
"O frio começava a ser insuportável", contou.
"Estou feliz de poder ter um refúgio, mesmo sabendo que é apenas por um tempo. É melhor do que nada", completou.
O ministro do Interior, Christophe Castaner, havia prometido evacuar todos os acampamentos de migrantes de Paris até o final do ano passado: em parte, abrindo mais abrigos para os solicitantes de asilo, mas também deportando aqueles que tiveram seus pedidos negados.
As autoridades disseram que agora estão mobilizando a polícia para garantir que os migrantes não voltarão para os campos arrasados, ou que vão estabelecer novos.
"Não vamos retomar um ciclo interminável de evacuações seguidas de novas instalações", declarou o chefe da Polícia de Paris, Didier Lallement, à imprensa presente no local.
Esta é a 60ª operação de grande envergadura realizada desde 2015 para limpar os acampamentos de migrantes em Paris e seus arredores.
O presidente Emmanuel Macron disse, no ano passado, que a França deve pôr fim a sua abordagem "frouxa" em matéria de imigração.