O lÃder da China classificou neste sábado a acelerada propagação do coronavÃrus uma situação grave, enquanto cidades chinesas, do epicentro do surto, no centro da China, a Hong Kong, lutavam para conter a doença, que já infectou mais de 1.200 pessoas e matou 41.
As declarações do presidente Xi Jinping, relatadas pela emissora estatal CCTV, ocorreram em uma reunião de lÃderes do Partido Comunista reunidos para o ano novo lunar - o maior feriado chinês, cujas celebrações foram abafadas diante da disseminação da doença - e reforçaram os esforços ampliados do governo para controlar o surto.
As agências de viagens foram instruÃdas a interromper excursões em grupo e pacotes de viagens para reduzir o fluxo de passageiros em meio ao surto, informou o jornal estatal chinês Daily China, citando a Associação Chinesa de Serviços de Viagem. Segundo a Associação Chinesa de Serviços de Viagem, grupos de turismo que partiram podem concluir a viagem conforme programado, mas atenção deve ser dada à saúde dos viajantes, disse a associação.
A preocupação é que as viagens de turistas intensifiquem a disseminação do surto em todo o paÃs e no exterior. A grande maioria das infecções e todas as mortes ocorreram na China continental, mas novos casos estão surgindo. A Austrália e a Malásia registraram seus primeiros casos neste sábado e o Japão, o terceiro. A França confirmou três casos nesta sexta-feira, sendo o primeiro paÃs europeu a informar sobre a ocorrência da doença. Os EUA, por sua vez, identificaram seu segundo caso.
No centro do surto, Wuhan, onde os 11 milhões de habitantes já estão impedidos de transitar livremente. E enfrentarão, a partir deste domingo, a proibição de circulação no centro da cidade da maior parte dos veÃculos, incluindo carros particulares, informou a mÃdia estatal. Apenas veÃculos autorizados que transportam suprimentos e outros itens de primeira necessidade seriam permitidos, afirmou o noticiário. A cidade designará 6 mil táxis para diferentes bairros, sob a gestão de comitês locais, para ajudar as pessoas a se locomoverem, se necessário, informou o China Daily.
Em Hong Kong, a lÃder Carrie Lam disse que seu governo aumentará o nÃvel de resposta para "emergência", a classificação mais alta, e fechará as escolas primárias e secundárias por mais duas semanas, além do feriado do Ano Novo Lunar da próxima semana, até 16 de fevereiro. Ela disse que voos diretos e viagens de trens provenientes de Wuhan seriam bloqueados.
Em um sinal da crescente tensão no sistema de saúde de Wuhan, a agência oficial de notÃcias Xinhua informou que a cidade planejava construir um segundo hospital improvisado com cerca de 1 mil leitos. A cidade anunciou anteriormente a construção de um hospital do mesmo tamanho, que deveria ser concluÃdo em 3 de fevereiro.
A China cortou trens, voos e outras ligações para Wuhan na última quarta-feira, bem como o transporte público dentro da cidade, e expandiu o bloqueio para 16 cidades vizinhas, com uma população combinada de mais de 50 milhões de pessoas.
O feriado mais festivo da China, o Ano Novo Lunar, aconteceu neste sábado, à sombra do novo vÃrus. As autoridades cancelaram uma série de eventos e fecharam os principais destinos turÃsticos e cinemas.
A Comissão Nacional de Saúde relatou um salto no número de pessoas infectadas para 1.287. A contagem mais recente, de 29 provÃncias e cidades da China, incluiu 237 pacientes em estado grave. Das 41 mortes, 39 ocorreram na provÃncia de Hubei, onde fica Wuhan, um caso foi registrado na provÃncias de Hebei e outro em Heilongjiang. A maioria das mortes foi de pacientes idosos, embora um homem de 36 anos em Hubei tenha morrido esta semana.
Fonte: Associated Press