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Mais de 38.000 pessoas são deslocadas em cinco dias no noroeste da Síria

Deslocamentos no noroeste da Síria preocupam as Nações Unidas. Ataques aéreos e disparos de artilharia na região ocorrem diariamente na região

Mais de 38.000 pessoas foram deslocadas em cinco dias no noroeste da Síria, em uma região atingida por ataques aéreos quase diários do regime e de seu aliado russo, segundo a ONU.

"Entre 15 e 19 de janeiro, mais de 38.000 pessoas deslocadas partiram, principalmente do oeste de Aleppo" para outros territórios da província ou setores de Idlib, informou em comunicado o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

As Nações Unidas estão "profundamente preocupadas" com o aumento de deslocamentos no noroeste da Síria, "com informações quase diárias sobre ataques aéreos e disparos de artilharia na região", disse à AFP David Swanson, porta-voz do Ocha.

Nos últimos dias, a aviação russa e do regime concentraram seus ataques no oeste da província de Aleppo, onde há jihadistas e rebeldes, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Dezenas de civis morreram em Aleppo e Idlib, acrescentou. A Rússia nega todas as "missões de combate".

Desde o início de dezembro, 358.000 pessoas foram deslocadas no noroeste da Síria, principalmente mulheres e crianças, segundo a ONU.

O diretor da OSDH, Rami Abdel Rahman, considerou que a escalada poderia ser um prelúdio de uma ofensiva do regime, que busca assegurar a cidade de Aleppo, e a estrada que une a cidade à capital Damasco.

A província de Idlib e algumas áreas das regiões vizinhas de Aleppo, Hama e Lataquia estão sob o domínio dos jihadistas da Hayat Tahrir al Sham (HTS), ex-facção síria da rede Al-Qaeda. Outros grupos rebeldes também estão presentes.

A região de Idlib já foi palco de uma ofensiva em larga escala entre abril e agosto de 2019, que deixou cerca de mil civis mortos, segundo o OSDH.

O regime sírio, que agora controla mais de 70% do país, diz estar determinado a recuperar todo o setor.

O conflito na Síria, desencadeado em 2011, causou mais de 380.000 mortes e milhões de pessoas deslocadas.