O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reuniu um time de peso para sua defesa no julgamento do processo de impeachment no Senado, que, em tese, poderia lhe custar o comando da Casa Branca. Ontem, foi confirmada a atuação de Alan Dershowitz, o advogado de celebridade mais famoso dos EUA, na bancada. “O professor Dershowitz apresentará alegações orais no julgamento do Senado para tratar dos argumentos constitucionais contra o impeachment”, informou Trump, em comunicado em sua conta pessoal na rede do Twitter.
Informações veiculadas na mídia norte-americana dão como certo que outro membro de destaque da equipe será Ken Starr, o promotor especial no julgamento político do ex-presidente Bill Clinton, em 1999. Embora o democrata tenha sido absolvido no Senado da denúncia por relacionamentos sexuais, o promotor é considerado um herói para muitos da direita. Starr deverá ser acompanhado por Robert Ray, que o sucedeu como promotor especial e foi responsável pela redação do relatório final sobre Clinton.
A Casa Branca ainda não anunciou os nomes de toda a equipe que representará Trump, acusado por abuso de poder e obstrução do Congresso. Está certo, de qualquer forma, que o time será liderado pelo advogado discreto, mas intransigente da Casa Branca, Pat Cipollone. Nessa posição, terá o apoio do defensor pessoal de Trump, Jay Sekulow.
Fama
Com uma lista de clientes famosos, Dershowitz, professor emérito da Escola de Direito de Harvard, é provavelmente o advogado mais conhecido nos Estados Unidos. Integrou, por exemplo, o time que conseguiu absolver, em 1995, o ex-jogador de futebol americano e ator O.J. Simpson, acusado de assassinar sua mulher e um amigo dela.
Na sua lista de clientes famosos, também se destacam o diretor de cinema Roman Polanski e o ex-boxeador Mike Tyson. Mais recentemente, ao lado de Starr, enfrentou questionamentos por atuar na defesa do financista Jeffrey Epstein, encontrado morto em sua cela, no ano passado, enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual.
O julgamento de Trump, iniciado na quinta-feira, será retomado na próxima terça-feira. O presidente foi acusado de abusar de sua posição pressionando a Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente democrata Joe Biden e o filho Hunter por seus negócios naquele país do leste europeu. Biden, possivelmente, será o adversário de Trump nas eleições presidenciais de novembro.
Trump é o terceiro presidente norte-americano a sofrer um julgamento no Senado. A possibilidade de condenação, com consequente destituição do cargo, é remotíssima. Os republicanos são maioria no Senado, ocupam 53 dos 100 assentos. A condenação só é possível com o apoio de dois terços dos integrantes da Casa (67 votos).
Depois do início do julgamento, Trump reafirmou que não fez “nada de errado” e se apresentou como vítima de uma “caça às bruxas” orquestrada pelos democratas, que controlam a Câmara de Representantes.
Um funcionário do governo Donald Trump disse à imprensa que o governo espera que o julgamento não dure mais de duas semanas, sugerindo que o líder da maioria republicana no Senado americano, Mitch McConnell. McConnell poderia usar essa vantagem para não convocar testemunhas e rapidamente levar as acusações a votação.
“O professor Dershowitz apresentará argumentos orais no julgamento do Senado para tratar dos argumentos constitucionais contra o impeachment”
Donald Trump, presidente dos EUA, no Twitter