A ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, confirmou nesta quinta-feira (16/1) que Washington ameaçou Alemanha, Reino Unido e França com a imposição de tarifas de 25% sobre sua importação de automóveis, caso não ativem o mecanismo de resolução de controvérsias do acordo nuclear iraniano.
"Esta expressão - ou ameaça, como queiram chamá-la - existe", afirmou a ministra, em entrevista coletiva em Londres, confirmando notícia publicada esta semana pelo jornal "The Washington Post".
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, já havia acusado estes três países europeus signatários do acordo (junto com Estados Unidos, China e Rússia) de sacrificar "o que resta" do pacto nuclear para protegerem seus interesses econômicos e evitarem uma possível chantagem do presidente americano, Donald Trump.
Washington denunciou e abandonou em 2018 o pacto negociado pelo antecessor, o presidente democrata Barack Obama. A decisão levou o Irã a deixar de cumprir alguns de seus compromissos, estabelecidos para impedi-lo de desenvolver armas nucleares em troca da suspensão de sanções.
Desde então, Londres, Berlim e Paris haviam se comprometido com o acordo, esforçando-se para salvá-lo.
Na terça-feira, estes afirmaram que o descumprimento do Irã foi "longe demais" e ativaram o mecanismo de solução de controvérsias previsto pelo tratado. É mais um ponto de pressão sobre Teerã.
Os europeus deram a entender, porém, que não querem se somar à política de sanções dos Estados Unidos.