França, Reino Unido e Alemanha pediram conjuntamente ao Irã que retorne “ao pleno respeito” de suas obrigações com o acordo sobre seu programa nuclear. “Hoje, nossa mensagem é clara: continuamos apegados ao acordo sobre a questão nuclear e à sua preservação; instamos o Irã a suspender todas as medidas incompatíveis com o acordo; pedimos ao Irã que se abstenha de qualquer nova ação violenta ou de proliferação; e continuamos prontos para dialogar com o Irã nesta base para preservar a estabilidade da região”, afirmaram os três governos europeus em uma declaração conjunta, no contexto de tensões entre o Irã e os Estados Unidos.
França, Reino Unido e Alemanha são os três países europeus que assinaram em 2015, com os Estados Unidos, China e Rússia, o pacto com o Irã sobre seu programa nuclear, do qual Donald Trump retirou os Estados Unidos em 2018 unilateralmente. Recentemente, Trump instou os europeus a abandonarem o acordo e fortalecerem seus esforços militares no Oriente Médio. No entanto, Paris, Londres e Berlim optaram por reafirmar a adesão ao documento, apesar de considerarem “essencial que o Irã volte ao pleno respeito por suas obrigações com o acordo”. “Expressamos nossa profunda preocupação com as ações empreendidas pelo Irã, violando seus compromissos desde julho de 2019. Essas ações devem ser anuladas”, acrescentaram os três governos.
Em 5 de janeiro, Teerã anunciou que se desvinculava de qualquer compromisso em limitar “o número de suas centrífugas”, usado para produzir combustível nuclear. O anúncio ocorreu dois dias depois que os Estados Unidos mataram o general iraniano Qasem Soleimani em Bagdá com um drone, em um contexto de fortes tensões entre Teerã e Washington. Em seu comunicado, Londres, Berlim e Paris sublinham sua “prontidão” para agir “em favor da desescalada e da estabilidade na região”. “Também devemos definir um marco de longo prazo para o programa nuclear do Irã”, apontaram.
Em sua declaração, os europeus citam o papel desempenhado pelos “corpos dos Guardiões da Revolução Islâmica e da Força Quds”, encarregados das operações externas do Irã, nos “eventos recentes” que “revelaram o papel desestabilizando o Irã na região”.