Milhões de indianos entraram em greve nesta quarta-feira (8/1), segundo os sindicatos, para protestar contra a política do governo, criando um verdadeiro caos no setor dos transportes.
O objetivo dessa ação é denunciar o que os sindicatos chamam de política "contra os trabalhadores e o povo" por parte do primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
Os sindicatos pretendem, entre outras coisas, denunciar a recente privatização de empresas públicas e recursos naturais e exigir um aumento no salário mínimo e nas pensões.
Camponeses e estudantes se juntaram aos protestos apoiados por dez sindicatos que alegam representar um total de 250 milhões de pessoas.
Os manifestantes bloquearam estradas e ferrovias.
Nas manifestações, também foram ouvidos slogans contra a lei da cidadania, considera antimuçulmana por aqueles que a denunciam e cuja adoção, em 11 de dezembro, causou imensas manifestações em todo o país, deixando ao menos 25 mortes.
Os serviços de ônibus e trens, assim como os bancos estaduais, foram os mais afetados pelo movimento nacional de greve, organizado apesar das advertências do governo sobre as consequências às quais as pessoas envolvidas foram expostas.
O governo ameaçou os grevistas com retenções salariais e sanções disciplinares.
Saiba Mais
Queimaram pneus em uma grande artéria na capital Calcutá.
Os manifestantes agitavam bandeiras vermelhas pela megalópole.
A polícia disse que houve alguns confrontos entre apoiadores e oponentes da greve, tanto em Calcutá quanto em outras regiões.
Os estados de Bihar e Odisha (leste), Maharashtra (oeste) Haryana (norte) e Kerala e Karnataka (sul) também foram afetados.
Alguns funcionários, que trabalhavam para empresas estatais do setor de petróleo e carvão, aderiram à greve.
Os partidos de oposição apoiaram os grevistas.
Oposição e sindicatos se opõem ao movimento de privatização empreendido pelo governo para tentar conter a desaceleração econômica.
Na terça-feira, o Escritório de Estatísticas do Governo anunciou que o crescimento anual diminuiria para 5% em 2020, o menor em 11 anos.