Soleimani era um dos militares mais poderosos do grupo, considerado terrorista pelos Estados Unidos e por Israel. A televisão estatal iraniana chamou a ordem de Trump de matar Soleimani de "o maior erro de cálculo dos EUA" desde a Segunda Guerra. "O povo da região não permitirá mais que os americanos fiquem", afirmou.
O Pentágono confirmou que um soldado da Força Aérea Americana matou o general. “Esta ação teve como objetivo impedir futuros planos de ataque iranianos”, afirmou o Pentágono em comunicado. Outros detalhes sobre a operação ainda não foram informados. Após a nota americana, a Guarda Revolucionária do Irã foi a público confirmar a morte de Soleimani. O anúncio foi feito em uma rede de televisão estatal.
Logo após o comunicado, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump postou em seu perfil oficial no Twitter, uma imagem da bandeira norte americana, sem nenhum texto.
; Donald J. Trump (@realDonaldTrump)
O ataque matou ainda outras cinco pessoas. Fontes das Forças de Mobilização Popular, uma coalizão de paramilitares identificados com o Irã, agora integrados ao Estado iraquiano, informaram à televisão estatal iraquiana que no ataque também morreu Abu Mehdi Al-Muhandis, número 2 da milícia. O chefe de relações públicas do grupo, Mohammed Ridha Jabri, também foi morto. Informações preliminares apontavam para um bombardeio localizado sobre dois veículos.
O bombardeio ocorre em meio a uma elevação na tensão entre Irã e EUA. No início da semana, a embaixada americana em Bagdá foi alvo de milícias iraquianas pró-Irã, que chegaram a invadir parte do complexo e colocar fogo na recepção. O grupo recuou na quarta-feira, diante das ameaças do presidente americano, Donald Trump, de atacar o Irã, depois de a multidão atear fogo e quebrar câmeras de vigilância. O grupo violou o perímetro externo da embaixada, sem entrar no complexo principal. Eles acabaram se juntando milhares de outros manifestantes - muitos deles membros de grupos de combate tecnicamente vigiados pelo Exército iraquiano, entoando o slogan “Morte à América”.
Autoridades dos EUA afirmaram na sexta-feira passada que mais de 30 foguetes foram lançados contra uma base militar iraquiana perto de Kirkuk, ao norte do Iraque, matando um empreiteiro a serviço dos EUA e ferindo quatro americanos e dois soldados iraquianos.
Os EUA acusaram a milícia Kataib Hezbollah, financiada pelo Irã, de perpetrar o ataque. Um porta-voz da milícia negou envolvimento do grupo. Trump responsabilizou o Irã pelo ataque, e no Twitter disse que “o Irã matou um empreiteiro americano e feriu muitos”. Depois das primeiras ameaças, Trump afirmou que não queria guerra com Irã.
O Exército americano lançou ataques aéreos contra a milícia durante o fim de semana, matando 25 membros do grupo, no que o secretário de Estado Mike Pompeo qualificou como “uma resposta decisiva”. Ele disse que os EUA “não vão tolerar que a República Islâmica do Irã perpetre ações que colocam homens e mulheres americanos em risco”.
EUA e Irã estão em rota de colisão há anos — por causa da influência iraniana no Iraque, o programa nuclear do país e outros assuntos — e as tensões se intensificaram durante o governo de Donald Trump, que se retirou do acordo nuclear firmado em 2015 e impôs sanções devastadoras contra Teerã.
Mas os ataques aéreos ocorrem num momento particularmente explosivo no Iraque, onde a ira contra a intromissão estrangeira era intensa. O principal clérigo xiita do país, o Grande Aiatolá al-Husseini al-Sistani, advertiu que o Iraque não deve se tornar “um campo para acertos de contas internacionais”, e o primeiro ministro Adel Abdul-Mahdi qualificou os ataques aéreos de violação da soberania iraquiana.
Muitos dos manifestantes que invadiram a área da embaixada são membros do Kataib Hezbollah e outras milícias apoiadas pelo Irã. Embora o Irã tenha uma forte influência no Iraque, ele também tem sido alvo da ira popular e por vezes da violência por parte dos manifestantes iraquianos.
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