Segundo a ONG, os ataques atingiram Jubass, nos arredores da cidade de Saraqeb, no sul da província de Idlib, matando civis que haviam se refugiado em uma escola.
Desde 16 de dezembro, as forças do regime, apoiadas pela força aérea russa, intensificaram seus bombardeios nesta região, enquanto violentos combates terrestres os opõem a grupos jihadistas e rebeldes.
E, desde quinta-feira (19/12), assumiram o controle de 46 vilarejos da região, afirmou o OSDH. Agora estão se aproximando de uma cidade importante no sul de Idlib.
"As forças do regime estão a quatro quilômetros de Maaret al-Noomane", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane, cuja ONG conta com uma grande rede de fontes no país.
Em cinco dias, os combates deixaram cerca de 260 mortos em ambos os campos, incluindo 110 membros das forças pró-regime e 148 jihadistas e rebeldes, segundo o OSDH.
Nesta terça, porém, jihadistas e rebeldes conseguiram recuperar o controle do vilarejo de Talamanas e de uma cidade adjacente, segundo a mesma fonte.
Isso não impediu os moradores de Maaret al-Noomane de fugir da área, por medo de um novo avanço das forças do regime, relatou um correspondente da AFP no local.
Segundo o OSDH, mais de 40.000 pessoas fugiram da zona de combate nos últimos dias, indo para o norte, na fronteira com a Turquia.
Entrevistado por um colaborador da AFP, Abu Ahmad foi um dos últimos a sair. Com lágrimas nos olhos, ele carregava um veículo às pressas.
"Sentimento indescritível"
"O sentimento é indescritível (...). Esta é a nossa casa, é aqui que crescemos", afirmou, chorando. "Eu não esperava ter que sair" um dia, mas Bashar al-"Assad deixa a Síria, e foge", acrescentou esse pai de dez crianças.
A região de Idlib, composta por uma grande parte da província com o mesmo nome e segmentos das províncias vizinhas de Alepo e Latakia, é controlada pelos jihadistas do grupo Hayat Tahrir al-Cham (HTS).
Outros grupos jihadistas e rebeldes estão presentes nesta região, que também abriga cerca de três milhões de pessoas, metade das quais deslocadas de outras áreas do país retomadas nos últimos anos por Damasco.
O regime sírio, que controla mais de 70% do território, afirmou repetidamente que está determinado a recuperar Idlib, uma das poucas regiões que ainda foge ao seu controle.
Damasco e Moscou conduziram uma grande ofensiva na região entre abril e agosto, resultando na morte de mil civis, segundo o OSDH, e no deslocamento de 400.000 pessoas, de acordo com a ONU, antes da entrada em vigor de uma trégua no final de agosto.
Mas os bombardeios e combates continuaram apesar do cessar-fogo, matando mais de 300 civis - incluindo cerca de 80 desde terça-feira - e centenas de combatentes.
As forças do regime também cercaram um posto de observação das forças turcas na província de Idlib na segunda-feira, segundo o OSDH.
O exército turco está destacado na zona sob um acordo concluído em 2018 entre Moscou e Ancara.
Grandes potências e países da região estão envolvidos no conflito na Síria, desencadeado em 2011 pela repressão de protestos pró-democracia por Damasco. A guerra deixou mais de 370.000 pessoas mortas e milhões de deslocados e refugiados.