<div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2019/12/23/816127/20191223075347404427e.jpg" alt="Desde então manifestou a vontade de pagar os credores" />O presidente argentino, <strong>Alberto Fernández</strong>, afirmou no domingo (22/12) que o<strong> país </strong>não pode <strong>pagar os vencimentos de sua dívida</strong> e comparou a situação com a de 2001, quando a <strong>Argentina</strong> se declarou em <strong>default</strong> na pior <strong>crise de sua história </strong>recente.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Não é igual a 2001, mas é parecido. Naquele momento tínhamos 57% de pobreza, hoje temos 41% de pobres. Tínhamos uma dívida em default, hoje estamos em virtual default", disse em uma entrevista ao canal América TV.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O presidente peronista de centro-esquerda assumiu o poder em 10 de dezembro como sucessor do liberal Mauricio Macri. Desde então manifestou a vontade de pagar os credores. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na sexta-feira (20/12), o governo adiou de modo unilateral até agosto o pagamento de quase 9 bilhões de dólares de vencimentos, o que custou ao país o rebaixamento da nota de sua dívida pelas agências de classificação de risco Fitch e S, que consideraram o país em default seletivo.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"É o que herdamos. Não podemos enfrentar e pagar as obrigações que estão vencendo. Tínhamos um forte desemprego e hoje temos o mesmo. O que não tínhamos era um processo inflacionário que temos agora", acrescentou, ao comparar o cenário com a crise de 2001, quando a Argentina declarou um default de 100 bilhões de dólares.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O presidente obteve no sábado o apoio político do Congresso, com a aprovação de uma lei de emergência econômica que entrará em vigor nesta segunda-feira.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A lei inclui o aumento de impostos para as classes alta e média, benefícios sociais para os setores carentes e uma tarifa de 30% para a compra e gastos em divisas, entre outros pontos.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]Fernandez manteve a limitação da compra de moeda a 200 dólares por mês, por pessoa, imposta por Macri em agosto.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A Argentina ficou sem dólares, o que aconteceu. Ficou com tão poucos dólares que Macri estabeleceu um limite muito necessário", disse.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Fernandez disse que durante o governo Macri "saíram 100 bilhões (de dólares). A Argentina precisa que voltem a entrar dólares. Hoje o dólar é um bem escasso, como não existe, tem que ser muito caro", justificou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"Temos que acabar com esta prática de economizar em dólares", disse, em referência ao hábito histórico dos argentinos, que consideram o dólar uma moeda de refúgio contra a inflação.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A Argentina precisa que voltem a entrar dólares e que estes dólares façam parte da reserva de Estado, porque em caso contrário é impossível pensar em enfrentar as obrigações que o país assumiu", completou.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">O país registra uma queda de 3,1% no PIB em 2019, uma inflação anual de 55% e uma dívida de quase 90% do PIB.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"O nível de decadência em que estamos é muito grande... em dois anos a Argentina ficou endividada de uma maneira impactante", disse.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A dívida é calculada em 330 bilhões de dólares, o que inclui desembolsos do FMI por 44 bilhões.</div>