<div style="text-align: justify"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2019/12/20/815638/20191220124935336464o.jpg" alt="Em Nova Delhi, a capital, a situação era tensa no bairro de maioria muçulmana de Old Delhi" /><strong>Cinco pessoas morreram </strong>nesta sexta-feira (20/12) durante <strong>manifestações na Índia</strong>, que aumentam para <strong>14 o número de mortes</strong> desde a <strong>semana passada</strong>, quando começaram os <strong>protestos</strong> contra uma nova <strong>lei de cidadania</strong> considerada <strong>discriminatória</strong>.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Vários pontos na Índia foram novamente cenário de confrontos entre policiais e manifestantes durante protestos contra a lei considerada discriminatória para com os muçulmanos. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Essas são as manifestações mais importantes desde a chegada ao poder do governo nacionalista hindu do primeiro-ministro Narendra Modi em 2014. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Nesta sexta-feira, os confrontos ocorreram em Lucknow, capital do estado de Uttar Pradesh (norte), onde várias centenas de pessoas foram presas quando se manifestavam, disse um jornalista da AFP. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em muitos lugares neste país de 1,3 bilhão de habitantes, a proibição de manifestação é mantida e, em alguns casos, as autoridades cortaram o acesso à Internet. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia instalou dispositivos de segurança em frente a inúmeras mesquitas por medo de incidentes nesta sexta, quando é realizada a tradicional oração muçulmana semanal. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A lei que desencadeou os protestos concede cidadania aos refugiados do Afeganistão, Paquistão e Bangladesh, mas apenas se eles não forem muçulmanos. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Seus críticos consideram isso discriminatório e contrário à Constituição indiana. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">[SAIBAMAIS]A nova lei não afeta diretamente os indianos da confissão muçulmana, mas eles temem discriminação após cinco anos de governo de Modi. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em Nova Delhi, a capital, a situação era tensa no bairro de maioria muçulmana de Old Delhi, de acordo com jornalistas da AFP no local. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Apesar da proibição de manifestação, cerca de 5.000 pessoas se reuniram na saída da oração na grande mesquita Jama Masjid, sob obsrvação de numerosos policiais. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Alguns manifestantes carregavam uma enorme bandeira indiana de 30 metros de comprimento e gritavam "Liberdade, liberdade".</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Na quinta-feira, um manifestante foi morto por ferimentos a bala em Lucknow, disse à AFP um médico que não quis se identificar. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A polícia negou os disparos, mas o pai da vítima disse ao jornal Times of India que seu filho foi baleado ao passar pelo meio de uma manifestação quando fazia compras. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Além disso, 16 policiais ficaram feridos na cidade.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">As forças de segurança também dispararam na quinta-feira contra a multidão em Mangalore (sul) para dispersar uma manifestação de cerca de 200 pessoas e mataram dois manifestantes, disse à AFP o porta-voz da polícia Qadir Shah. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Quatro outros manifestantes foram hospitalizados por ferimentos a bala. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">Em um editorial muito crítico ao governo, o jornal The Indian Express pediu nesta sexta que tudo seja feito para preservar a paz em um país onde os muçulmanos representam 14% da população. </div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">"A maior democracia do mundo não parece capaz de aceitar jovens que discordam do poder. A Índia corre um alto risco se começar a ser vista como um lugar onde os dissidentes sentem medo", afirmou o jornal.</div><div style="text-align: justify"><br /></div><div style="text-align: justify">A ONG Anistia Internacional (AI) pediu na quinta-feira às autoridades indianas que "cessem a repressão contra manifestantes pacíficos que protestam contra uma lei discriminatória".</div>