As esperanças de obter uma trégua para o Natal foram reduzidas depois que o governo e os líderes sindicais não conseguiram um compromisso na quinta-feira (19/12), passados dois dias de negociações.
Dois sindicatos ferroviários, incluindo a poderosa CGT, pediram para continuar a mobilização.
"A única coisa concreta é que o primeiro-ministro não ouviu as ruas", disse o líder da CGT, Philippe Martinez.
Apenas um sindicato, Unsa, pediu para interromper o movimento durante as férias escolares para que os franceses possam passar as festas em família, mas foi insuficiente para o tráfego ferroviário voltar ao normal.
O chefe de Governo, Edouard Philippe, pediu novas negociações para o início de janeiro, mas os sindicatos já convocaram uma nova jornada de manifestações para o dia 9 de janeiro, ao final de uma reunião com o primeiro-ministro, que "não apresentou novidades", nas palavras do secretário-geral da CGT, Philippe Martinez.
O chefe de Governo francês preferiu declarar que "as discussões dos últimos dias permitiram avanços concretos" e propôs novas reuniões, no início de janeiro.
A quinta-feira marcou o 15º dia de greve nos transportes e, embora tenha havido uma ligeira melhora, as paralisações ainda são um desafio para os franceses, especialmente na capital.
Nesta sexta-feira, apenas metade dos trens habituais circulou, uma melhora nas últimas duas semanas.
E 59% dos trens programados para 23 e 24 de dezembro foram cancelados.
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"Vimos dobrar os pedidos em algumas regiões", principalmente em Paris e no sudoeste da França, disse Robert Ostermann, diretor da Europcar na França.
Em Paris, seis linhas de metrô permaneceram fechadas, enquanto o Twitter é inundado por furiosos usuários do Uber, obrigados a pagar duas ou três vezes as tarifas normais.
O gatilho da greve é uma reforma do sistema de pensão francês, que planeja mesclar os 42 planos de previdência existentes em um único sistema e passar a idade da aposentadoria (62 a 64 anos) em dois anos para receber uma pensão completa.
Para o executivo, é uma reforma necessária para garantir um equilíbrio financeiro do sistema de pensões, mas os sindicatos muito poderosos da França denunciam uma "regressão social".
O presidente Emmanuel Macron, que deixou seu primeiro-ministro encarregado das negociações, disse quarta-feira que ele poderá fazer algumas concessões, mas que não retirará seu texto.